Dia Internacional do Arroz: Produção brasileira garante segurança alimentar mundial

País deve aumentar produção e modernizar parque da indústria brasileira do cereal

31/10/2022 às 17:00 atualizado por Ayanne Gladstone* - SBA | Siga-nos no Google News
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Segundo a Abiarroz (Associação Brasileira da Indústria do Arroz), a produção e abastecimento do arroz pelo Brasil garante a segurança alimentar do mundo. No Dia Internacional do Arroz, comemorado nesta segunda-feira (31), a associação afirma que o país tem um cereal de qualidade e um volume suficiente para contribuir ao fornecimento do mercado mundial. 

A entidade explica que o país tem condições de aumentar a produção de arroz e modernizar ainda mais o parque da indústria brasileira do cereal, uma vez que possui estoques excedentes para exportação, além de, caso haja maior demanda dos países importadores, condições de aumentar a produção que atualmente está estimada em cerca de 10,8 milhões de toneladas. 

No entanto, a Abiarroz alerta para as dificuldades originadas pelo conflito entre a Rússia e a Ucrânia e as consequências da pandemia da Covid-19. Esses cenários impõem a necessidade de avanço nas negociações comerciais para evitar riscos à segurança alimentar global, especialmente nos países mais vulneráveis. 

A gerente de Exportação da Abiarroz, Carolina Matos, explica que é necessário atualizar regras de comércio para melhorar o ambiente de negócios no mercado mundial e promover o desenvolvimento sustentável. “O governo brasileiro vem ampliando as negociações diretas com outros países e tem papel ativo na OMC [Organização Mundial do Comércio], visando eliminar barreiras comerciais”, explica. 

Vantagens competitivas 

Carolina Matos também afirma que as restrições estão na contramão do livre comércio e penalizam os consumidores, em especial de economias em desenvolvimento ou mais pobres, que são impedidos de ter acesso a um produto de qualidade com preços competitivos, como o arroz brasileiro. 

Brasil é player no comércio internacional e tem vantagens
frente aos concorrentes (Foto: Pixabay)

Segundo a gerente, o Brasil tem vantagens competitivas frente aos concorrentes. “Além de apresentar qualidade, a produção de arroz é sustentável, não é OGM [Organismos Geneticamente Modificados] e possui os menores níveis de arsênico em comparação com os principais concorrentes”, ressalta. 

Ainda conforme a associação, com base em dados disponibilizados pela FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), entre 2010 e 2019, o Brasil reduziu em quase 40% a emissão de gás metano na produção de arroz. “O Brasil é um grande produtor de arroz e player no comércio internacional. Temos que ampliar a nossa visibilidade no exterior e divulgar nossos produtos e práticas sustentáveis para levar mais arroz para o mundo e contribuir para a segurança alimentar”, declara a diretora executiva da Abiarroz, Andressa Silva. 

Cenário global 2022-2031 

Países asiáticos devem se manter líderes na
exportação do cereal (Foto: Pixabay)

Segundo relatório divulgado pela FAO, que traça o cenário do mercado de alimentos para os próximos 10 anos (2022-2031), os preços internacionais devem retornar aos patamares anteriores à 2020, em decorrência do aumento da competição entre os principais exportadores. Já a produção de arroz deve crescer 68 mi/ton, alcançando 584 mi/ton em 2031. O resultado deve ser puxado pelo aumento na produção da Índia, China e países do sul da Ásia, que compensará a queda na Coreia, Japão e União Europeia. 

O comércio também deve crescer 2,4%, alcançando 64 mi/ton em 2031. Os países asiáticos, maiores produtores, devem se manter na liderança das exportações de arroz. As importações de arroz devem apresentar um aumento significativo na África, principalmente na Nigéria, o qual deve se tornar o maior importador do cereal no continente. 

Países da África e da Ásia  tendem a ficar mais dependentes de importações de cereais ao longo da década. Os principais importadores de arroz devem ser a China, Nigéria, Filipinas, Vietnã e União Européia. 

O consumo de arroz tende a crescer 1,1% puxado principalmente pelo aumento populacional da Ásia, e pelo aumento de consumo per capita na África. 

Com informações da Abiarroz 

Foto capa: Embrapa 

*Com supervisão de Daniel Catuver, jornalista


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