Dados do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária) mostram que a demanda aquecida pelo milho reflete no aumento da oferta e demanda da primeira estimativa para a safra 2022/23 em Mato Grosso. Com a expectativa de aumento de área e produtividade do cereal, estima-se uma ampliação da oferta em 4,34% comparado à temporada anterior, com volume previsto de 45,76 milhões de toneladas.
Em relação à demanda, o destaque ficou com as exportações, que devem ter uma participação de 62,20% na temporada, correspondendo a 28,32 milhões de toneladas, devido a menor oferta mundial e demanda aquecida que favorecem a procura pelo cereal no estado.
O consumo mato-grossense deve ter uma participação de 27,92% (12,71 milhões de toneladas), dado a entrada de novas usinas de etanol à base de milho no estado. Em relação ao consumo interestadual, se projeta uma participação de 9,88% sobre a demanda total (4,50 milhões de toneladas). Com a ampla produção, a expectativa é de estoques finais mais elevados, estimados em 0,25 milhão de toneladas.
Comercialização
Com o avanço da colheita do milho nos Estados Unidos, que já atinge 45% das áreas semeadas do país, o relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) para a temporada 2022/23 desta semana trouxe novas estimativas quanto à produção e o destino do cereal estadunidense. A previsão é de que a produção seja 0,35% menor, totalizando 352,95 milhões de toneladas.
As exportações caíram 5,49% no mesmo comparativo, reflexo da menor produção e problemas logísticos dado o baixo nível de água do rio Mississippi, que desacelerou as entregas de barcaças de grãos. Com uma relação de oferta mais apertada no cenário mundial e redução nos embarques norte-americanos, é possível que a demanda pelo cereal brasileiro siga aquecida.
Análise
O cereal na Bolsa de Chicago apresentou alta semanal de 1,92%, influenciada pelas perspectivas quanto ao relatório de Oferta e Demanda dos EUA. No cenário nacional, em Campinas, o preço do milho apresentou alta de 0,94% na semana e cotação média de R$ 84,06%/sc.
O dólar fechou a semana com leve alta de 1,34% após o Banco Central americano divulgar uma inflação maior que o esperado na fase inicial.
Com informações do Imea
Foto capa: Pixabay
Com supervisão de Daniel Catuver, jornalista.*