Mercado financeiro reduz projeção da inflação para 5,62%

Última edição do Boletim Focus estimava inflação em 5,71% neste ano

17/10/2022 às 12:35 atualizado por Daniel Catuver - SBA | Siga-nos no Google News
:

A previsão do mercado financeiro para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) este ano, considerada a inflação oficial do país, caiu de 5,71% para 5,62%. A estimativa foi publicada na edição desta segunda-feira (17) do Boletim Focus, pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos, e é a 16ª redução consecutiva do indicador.

Para 2023, 2024 e 2025 a projeção da inflação ficou em 4,97%, 3,43% e 3%, respectivamente.

A previsão para este ano está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo Banco Central. A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,5%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2% e o superior 5%.

Em setembro, houve deflação de 0,29%, o terceiro mês seguido de queda no indicador. Com o resultado, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o IPCA acumula alta de 4,09% no ano e 7,17% em 12 meses.

Taxa de juros

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Copom (Comitê de Política Monetária). A taxa está no maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava nesse patamar.

Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre o ano nos mesmos 13,75%. Já para o fim de 2023, 2024 e 2025 a estimativa é de que a taxa básica caia para 11,25%, 8% e 7,75% ao ano, nesta ordem.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

PIB e câmbio

A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste ano variou de 2,7% para 2,71%. Para 2023, a expectativa para o PIB (Produto Interno Bruto) - a soma de todos os bens e serviços produzidos no país - é de crescimento de 0,59%. Para 2024 e 2025, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 1,7% e 2%, respectivamente.

A expectativa para a cotação do dólar manteve-se em R$ 5,20 para o final deste ano. Para o fim de 2023, a previsão é de que a moeda americana se mantenha nesse mesmo patamar.

Com informações e foto de capa da Agência Brasil


Últimas Notícias