Radiação ultravioleta auxilia no controle da podridão azeda em laranja-lima

Estudo torna a fruta nacional mais apta a ser exportada para mercados internacionais

16/10/2022 às 10:30 atualizado por Ayanne Gladstone* - SBA | Siga-nos no Google News
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Um estudo conduzido pela Embrapa Meio Ambiente (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) de São Paulo e pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) mostra que a UVC (radiação ultravioleta C), quando aplicada em doses adequadas, pode controlar a podridão azeda da laranja-lima. Segundo os pesquisadores, a utilização dessa técnica resultou em frutas com maior firmeza, sem alteração de características físico-químicas e com retardo no processo de amadurecimento. 

Laranjas-lima submetidas ao método de radiação UVC

A engenheira ambiental, Adriane Maria da Silva, que realizou a pesquisa em seu mestrado pela Unicamp, explica que a ideia era identificar o fungo causador da podridão azeda na fruta e realizar a confirmação de que o patógeno é o Geotrichum citri-aurantii. “É importante essa identificação, pois fornece informações importantes sobre as características do patógeno, auxiliando a propor o melhor método para controle da doença”, destaca. 

Durante a pesquisa, foram utilizados dois métodos de controle da podridão azeda: o tratamento hidrotérmico e a exposição à radiação UVC. Na avaliação do efeito da temperatura combinada com radiação UVC na germinação de esporos do fungo, o nível de exposição térmica por 35 segundos a 62ºC, quando adaptado a dose adequada de raios ultravioleta, inibiu completamente sua germinação. 

Fungos

De acordo com o pesquisador da Embrapa e coorientador de Adriane Maria da Silva, Daniel Terao, o principal local de infecção são os ferimentos e aberturas na epiderme da fruta, onde costumam se instalar o bolor verde, azul e a podridão azeda. Isso acontece porque o pH ácido dessas frutas proporciona um ambiente propício para o desenvolvimento de doenças pós-colheita.  

Segundo Terao, a descoberta abre caminho para o desenvolvimento de métodos de controle alternativos mais sustentáveis, uma vez que o estudo não se vale do uso de químicos. “Isso também torna a fruta nacional apta a ser exportada para mercados internacionais que restringem o uso de químicos, como o europeu, por exemplo”, explica. 

Dados do Anuário Brasileiro de Horti & Fruti de 2021 indicam que o Brasil é um grande produtor de laranja. Em 2019 foram colhidas cerca de 17 milhões de toneladas em uma área de 590 mil hectares, com valor de R$ 9 milhões e uma produção mais expressiva no estado de São Paulo. 

Com informações e fotos da Embrapa 

Com supervisão de Daniel Catuver, jornalista.* 


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