Nanotecnologia prolonga vida útil de morangos pós-colheita

Estudo produz resistência mecânica, além de propriedades ópticas e antimicrobianas

09/10/2022 às 09:30 atualizado por Ayanne Gladstone* - SBA | Siga-nos no Google News
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Estudo desenvolvido em parceria entre a Embrapa Instrumentação (SP) e a Unesp (Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho) aumentou de cinco para 12 dias o tempo de vida do morango. Por meio da nanotecnologia, os cientistas combinaram as propriedades de compostos vegetais para gerar um material de revestimento funcionalizado com resistência mecânica, térmica e à água, além de propriedades ópticas e antimicrobianas. 

Por meio da incorporação de óleos essenciais, o revestimento foi capaz de reduzir a severidade do mofo cinzento, ocasionado pelo fungo Botrytis cinerea - um dos principais agentes infecciosos, que acomete o fruto durante o plantio e pós-colheita - e pelo Rhizopus stolonifer, fungo que causa podridão em frutos, principalmente na fase pós-colheita. 

O revestimento também foi eficaz em impedir a desidratação do morango, além de aumentar o teor de compostos bioativos benéficos para a saúde durante seu armazenamento, como a vitamina C e antocianinas. 

Estudo 

Conduzido pelo bacharel em Agroecologia, Josemar Gonçalves de Oliveira Filho, sob orientação do pesquisador da Embrapa Instrumentação, Marcos David Ferreira, o estudo utilizou morangos imersos em soluções de revestimento bionanocompósito, secos ao ar, distribuídos em caixas plásticas e armazenados por 12 dias em temperatura refrigerada. 

Quando comparados a morangos sem o revestimento, a pesquisa constatou que a técnica também melhora a qualidade dos frutos, minimizando a alteração de cor, textura, sólidos solúveis, pH, acidez titulável e teor de compostos bioativos benéficos para a saúde humana. 

A análise representa uma estratégia inovadora para produtores rurais durante a pós-colheita, aumentando o período de comercialização da fruta. “Isso retarda a troca de gases e umidade, resultando na redução da perda de água, respiração e taxas de amadurecimento”, explica o pesquisador. 

A próxima etapa é a finalização da tecnologia com avaliações em condições comerciais, para sua inserção no sistema de produção e análise de aceitação do consumidor. “O tempo estimado para validação da nanoemulsão junto ao setor de produção e comercialização, incluindo análise de mercado e escala industrial, é de dois a quatro anos”, conclui.

Com informações e foto da Embrapa 

Com supervisão de, jornalista.* 


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