Brasil caminha para autonomia na produção de trigo

País pode produzir 1,5 milhão de toneladas a mais em 2022

29/09/2022 às 19:10 atualizado por Ayanne Gladstone* - SBA | Siga-nos no Google News
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O Brasil é considerado uma das maiores potências agrícolas do mundo, no entanto enfrenta a dependência de importações para atender à demanda interna de alguns produtos. O país, que é líder mundial na produção de soja, além de ser o terceiro maior produtor de milho, está caminhando para se tornar autossuficiente com a comercialização do trigo. 

Atualmente, das 12 milhões de toneladas de trigo consumidas no Brasil, mais de 6 milhões são importadas, enquanto a outra metade é fornecida pelo mercado interno. Dados da Abitrigo (Associação Brasileira da Indústria do Trigo), divulgados nesta quarta-feira (28), indicam que o país pode produzir 1,5 milhão de toneladas a mais em 2022. 

Segundo o diretor da empresa de importação e exportação Efficienza, Fábio Pizzamiglio, a independência deve deixar os derivados do trigo mais baratos. “Quando falamos de produtos derivados do trigo, como o pão consumido no nosso café da manhã, pensamos em dólar. A dependência do mercado faz com que nós tenhamos um valor destes produtos dependente da política monetária. Com essa independência, podemos ver esse produto com menor impacto na inflação ao longo prazo”, afirma. 

A valorização do preço do trigo foi influenciada pela pandemia da Covid-19 e, em especial, pela Guerra da Ucrânia, que envolveu três dos principais exportadores da commodity: Ucrânia, Rússia e Belarus, com os volumes comercializados em queda. 

Produção 

Dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) apontam que a região Sul ainda concentra a maior parte da produção de trigo. Rio Grande do Sul e Paraná correspondem a quase 90% da produtividade. As regiões mais frias e úmidas dão origem ao chamado trigo subtropical. 

O trigo é ainda a única commodity não tropicalizada, mas, com o desenvolvimento das operações, é possível que o Brasil tenha autossuficiência na produção do cereal dentro de cinco anos, e não em dez, como algumas projeções indicam. “Considerando a demanda internacional, se alcançarmos essa suficiência, o Brasil poderá se tornar um país exportador da commodity. Isso representa maior impacto do agronegócio na balança comercial brasileira”, pontua Fábio Pizzamiglio. 

Com informações da Climatempo

Foto capa: Pixabay

Com supervisão de Daniel Catuver, jornalista.* 


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