Economista confirma previsão de inflação controlada no Brasil

Expectativa é de que a taxa Selic mantenha-se em 13,75% pelos próximos 12 meses

23/09/2022 às 20:35 atualizado por Daniel Catuver - SBA | Siga-nos no Google News
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Após um ano e meio de reajustes consecutivos, a queda da inflação fez o Banco Central interromper o ciclo de alta dos juros no país. Por 7 votos a 2, o Copom (Comitê de Política Monetária) manteve a taxa Selic, juros básicos da economia, em 13,75% ao ano. A taxa continua no maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava em 13,75% ao ano.

Esta foi a primeira freada nas elevações depois de 12 altas consecutivas, num ciclo que começou em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis, e pode revelar que o país controlou a inflação, que deve fechar o ano ao redor de 6%, ainda está acima do teto da meta de inflação para o ano, fixada pelo Conselho Monetário Nacional em 3,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.

O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), portanto, não poderia superar 5% neste ano nem ficar abaixo de 2%.

No Relatório de Inflação, divulgado no fim de junho pelo Banco Central, a autoridade monetária estimava que o índice fecharia 2022 em 8,8%. A projeção, no entanto, deverá ser revista para baixo por causa das desonerações sobre a gasolina e o gás de cozinha. A divulgação deve ocorrer no final deste mês.

As previsões do mercado estão, hoje, mais otimistas. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo Banco Central, a inflação oficial deverá fechar o ano em 6%. No início de junho, as estimativas do mercado chegavam a 9%.

Em entrevista ao programa Agricultura BR, do Canal do Boi, o economista Ricardo Troster afirmou que a taxa Selic de 13,75% ao ano não deve ser alterada nos próximos 12 meses. Confira a entrevista na íntegra:

 

 

Histórico de alta

De março a junho do ano passado, o Copom tinha elevado a taxa em 0,75 ponto percentual em cada encontro. No início de agosto, o Banco Central passou a aumentar a Selic em 1 ponto a cada reunião. Com a alta da inflação e o agravamento das tensões no mercado financeiro, a taxa foi elevada em 1,5 ponto de outubro do ano passado até fevereiro deste ano. O Copom promoveu dois aumentos de 1 ponto, em março e maio, e dois aumentos de 0,5 ponto, em junho e agosto.

Antes do início do ciclo de alta, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, no nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Por causa da contração econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Central tinha derrubado a taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.

Com informações e foto de capa da Agência Brasil


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