Conab prevê colheita de 50,38 milhões de sacas de café na safra 2022

Projeção aponta crescimento de 3,7% na produtividade frente ao ano passado

20/09/2022 às 18:35 atualizado por Daniel Catuver - SBA | Siga-nos no Google News
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Foto: Valter Campanato/Agência Brasil​​​​

Dados do 3º Levantamento do Café, divulgados nesta terça-feira (20) pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), indicam que os produtores brasileiros deverão colher 50,38 milhões de sacas do grão na safra 2022. Até o momento, a colheita já atinge 99% da área destinada para a cultura, e o volume estimado representa um aumento de 5,6% em comparação ao ciclo de 2021.

De acordo com o estudo, a área destinada à cafeicultura nacional este ano é de 2,24 milhões de hectares,  sendo 1,84 milhão de hectares para lavouras em produção e 402 mil hectares de área em formação, um leve aumento de área total cultivada em comparação à safra passada.

A produtividade média nacional de café também deve crescer em 27,4 sacas por hectare, 3,7% maior em relação ao ano anterior. No entanto, apesar da recuperação registrada, o aumento está abaixo do esperado para 2022 por  ser um ano de bienalidade positiva.

Segundo o diretor de Informações Agropecuárias e Políticas Agrícolas da Conab, Sergio De Zen, o clima adverso influenciou de maneira negativa as produtividades nos dois últimos ciclos. “Em 2020 o desenvolvimento da cultura foi influenciado pela falta de chuvas e no ano passado, além da estiagem, foram registradas fortes geadas em importantes regiões produtoras”, explica.

Para o café arábica, estima-se uma produção de 32,41 milhões de sacas, acréscimo de 3,1% em comparação com a safra anterior. “O crescimento é limitado pela falta de chuvas na fase reprodutiva da cultura, ainda em 2021, e pelas geadas ocorridas em junho e julho do ano passado, principalmente nos estados de São Paulo, Paraná e Minas Gerais”, avalia a superintendente de Informações da Agropecuária da Companhia, Candice Romero Santos.

Foto: Secom-MG

Regiões

O estado mineiro, principal produtor de café no país, foi fortemente impactado pelo clima adverso e tem produção prevista em 22 milhões de sacas, volume próximo da estabilidade com leve recuo de 0,5% em comparação com a colheita de 2021. A maior redução (17,8%) ocorreu no sul do estado.

Já na Bahia, onde o clima se apresentou mais favorável para o desenvolvimento das lavouras, é estimado um crescimento de 11% no desempenho no campo, saindo de 21,1 sacas colhidas por hectare para 23,4 sacas por hectare.

No Espírito Santo e no Rio de Janeiro a melhora na produtividade é ainda maior, chegando a 30,3 sacas por hectare  nas lavouras cariocas e 27,5 sacas por hectare nos cafezais capixabas de arábica, elevação de 55,9% e 29,5% respectivamente.

No caso do conilon, a Conab projeta um novo recorde de produção, estimado em um volume próximo a 18 milhões de sacas beneficiadas do produto, acréscimo de 10,3% em relação à safra anterior. Menos afetada pela característica da bienalidade, a planta desta variedade tem apresentado melhora na produtividade, atingindo 46,2 sacas colhidas por hectare neste ano, maior número já registrado. Além do bom desempenho, também é previsto um aumento de área na ordem de 3,4%, estimada em 388,8 mil hectares.

Principal produtor de conilon no Brasil, o Espírito Santo tem produção projetada em 12,23 milhões de sacas, incremento de 9% em relação à safra anterior. Neste ano, Rondônia se coloca como o segundo maior produtor dessa variedade do grão, com colheita estimada em 2,8 milhões de sacas do produto beneficiado, seguido da Bahia com colheita esperada em 2,33 milhões de sacas.

O presidente da Companhia, Guilherme Ribeiro, destaca que a tendência é que a produção do conilon continue em crescimento com condições climáticas favoráveis. “Há espaço para a melhora na produtividade em importantes regiões produtoras. A Bahia apresenta o melhor desempenho para esta espécie no país, como uma produtividade de 57,9 sacas por hectare. Já para o Espírito Santo e Rondônia a estimativa é que sejam colhidas por hectare 47,2 sacas e 43,1 sacas, respectivamente, o que demonstra o potencial da cultura”, afirma.

Mercado

A oferta restrita do produto tem influenciado nos preços internacionais em patamares elevados para o grão. Os volumes exportados no acumulado dos oito primeiros meses de 2022 são menores do que o observado no mesmo período do ano passado.

De janeiro a agosto de 2022, o Brasil já exportou cerca de 25,7 milhões de sacas de 60 kg em equivalentes de café verde, uma queda de 9,7% em comparação com o mesmo período no ano anterior. Entretanto, em termos de receita, a exportação do café brasileiro de janeiro a agosto deste ano rendeu cerca de US$ 5,9 bilhões, o que corresponde a um expressivo aumento de 54,3% na comparação com igual período do ano passado.

“Essa preocupação com a oferta tem dado suporte à alta dos preços do café no mercado internacional. Em relação à demanda, o consumo segue firme no Brasil, enquanto que a perspectiva continua sendo de crescimento modesto da demanda no mercado internacional para a safra 2022/23, segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos”, pondera o superintendente de Estudos de Mercado e Gestão da Oferta da companhia, Allan Silveira.

A íntegra do levantamento pode ser conferida na página da Conab.

Com informações da Conab

Foto de capa: Wenderson Araújo/CNA-Senar


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