Feijão guandu reduz 70% da emissão de metano em bovinos

Resultados contribuem para o desenvolvimento mais sustentável da pecuária brasileira

15/09/2022 às 08:15 atualizado por Ayanne Gladstone* - SBA | Siga-nos no Google News
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A utilização do feijão guandu BRS Mandarim, consorciada com os capins Marandu e Basilisk, em pastagens aumentou o ganho de peso de novilhos Nelore e garantiu menos emissão de metano por quilo obtido, de acordo com pesquisa da Embrapa Pecuária Sudeste, na última semana. A emissão diária do gás por quilo de ganho de peso foi 70% menor no pasto consorciado do que no degradado. 

No tratamento consorciado com o feijão guandu, os animais ganharam 478 gramas por dia, enquanto que no degradado, a média de ganho foi de 302 gramas. Para além dos pecuaristas, a tecnologia também é vantajosa para o Brasil que, durante a 26ª COP26 (Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas), em 2021, assumiu o compromisso de reduzir 30% das emissões de metano até 2030.

De acordo com o pesquisador da Embrapa, André Pedroso, o feijão guandu também melhorou o desempenho dos animais, com aumento no ganho de peso médio diário. “Várias são as formas de reduzir a produção de metano pelo animal. Além de melhorar o aporte nutricional disponível aos bovinos, os taninos presentes nas estruturas da planta do guandu BRS Mandarim agem no rúmen e, consequentemente, diminuem a emissão”, explica. 

Pastagem 

Segundo a pesquisadora da Embrapa, Patrícia Perondi Anchão Oliveira, o processo de degradação da pastagem é caracterizado pela perda de produtividade, grandes áreas de solos expostos, plantas daninhas, erosões, sintomas de deficiência nutricional nas plantas e animais e menor ritmo de crescimento das plantas. A recuperação é feita por meio da inserção de leguminosas, que fornece nutrientes para os bovinos e para o solo. “Em tempos de escassez e preços elevados dos fertilizantes nitrogenados e dos suplementos minerais proteicos, além de preocupações com as emissões de metano entérico, esse tipo de tecnologia se reveste de mais relevância ainda”, afirma. 

Os resultados contribuem para adaptação e mitigação dos efeitos ocasionados pelas mudanças climáticas no planeta, para o desenvolvimento mais sustentável da pecuária brasileira e para o ODS (Objetivo de Desenvolvimento Sustentável) número 13 da ONU (Organização das Nações Unidas), que tem o compromisso de “adotar medidas urgentes para combater as alterações climáticas e os seus impactos”. 

Com informações e foto da Embrapa 

Com supervisão de Elaine Silva, jornalista.* 


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