O excesso de umidade no solo nos meses de maio, junho e julho provocou atrasos no plantio do trigo no Rio Grande do Sul. Segundo informações da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), divulgadas na última terça-feira (6), as lavouras, ainda em desenvolvimento vegetativo, não sofreram perdas com as geadas no final de agosto. O clima frio e seco, ocasionado pelo fenômeno La Niña, beneficia as lavouras, que apresentam potencial de rendimento superior às expectativas iniciais de semeadura.
Segundo o Informativo Conjuntural da Emater/RS, apenas 18% das lavouras estavam em floração no mês de agosto, enquanto que no mesmo período do ano passado registrava floração de 27%.
Na região Sul, o La Niña é marcado pela oscilação de temperaturas e distribuição irregular de chuvas. O fenômeno deve prevalecer até o final da safra de inverno, com tendência de chuva abaixo da média. De acordo com o analista do laboratório de agrometeorologia da Embrapa Trigo, Aldemir Pasinato, a condição favorece o cultivo de cereais de inverno. “O trigo gosta de frio e pouca chuva, condições que permitem às plantas se desenvolverem livre de pragas e fungos”, afirma.
Supersafra de trigo
A expectativa de produtividade do trigo no Rio Grande do Sul é de 50 sc/ha, no entanto as condições das lavouras demonstram potencial para ultrapassar 60 sc/ha. A primavera é considerada a época que define a safra de trigo, devido às geadas tardias e chuvas na colheita.
Segundo estimativa da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a safra de trigo deve superar 4 milhões de toneladas, maior volume produzido na história. No Paraná, são esperadas 3,89 milhões de toneladas. A avaliação é de que produtores gaúchos e paranaenses produzam 86% do cereal brasileiro em 2022. Se confirmada, esta será uma supersafra, 9,16 milhões de toneladas, volume 19% maior que a temporada anterior.
Com informações e foto da Embrapa
Com supervisão de Daniel Catuver, jornalista*