Entre as atividades que envolve a criação de peixes, a diferenciação do sexo é um dos desafios para a formação de plantéis. Pensando nisso, a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) desenvolveu um teste genético molecular para identificar o sexo de alevinos de pirarucu (Arapaima gigas) e tambaqui (Colossoma macropomun). A tecnologia de sexagem precoce é inédita para animais nativos do Brasil. Antes a identificação para tambaqui só era possível pela inspeção visual do peixe já em fase adulta. No caso do pirarucu, os métodos disponíveis eram invasivos, de alto custo e limitados ao período reprodutivo.
A nova tecnologia desenvolvida pelos pesquisadores é baseada no teste de PCR. A coleta é feita por meio do muco ou uma amostra de 0,5 centímetro de nadadeira caudal, que pode ser retirada pelo próprio produtor durante o manejo. A amostra pode ser enviada à Embrapa por Correio ou entregue presencialmente. Não é necessário refrigeração. O exame, além de não ser invasivo, pode ser realizado em peixes de qualquer idade e ciclo produtivo e tem precisão acima de 90%.
Melhoramento genético
Alevino de Tambaqui
A sexagem precoce permite a criação do número correto e fixo de machos e fêmeas para gerar sucessivas famílias aos programas de melhoramento genético. Com o pirarucu, o teste auxilia na formação de casais para reprodução. Nas condições atuais, os criadores precisam esperar o desenvolvimento do peixe adulto, em torno de quatro a cinco anos, e dependem de métodos caros ou pouco confiáveis para a formação dos casais, acarretando prejuízos pela perda de tempo na espera de uma reprodução que não ocorre.
Para o tambaqui, a espera para identificar visualmente machos e fêmeas era em torno de três anos, até os peixes ficarem adultos, e esse longo período para formar ou renovar um plantel gera perdas econômicas e atraso no melhoramento genético, principalmente quando existe um número bem maior de um sexo em relação ao outro.
Para adquirir o serviço de sexagem molecular para identificação individual do sexo dos peixes é necessário entrar em contato com a Embrapa Amazônia Ocidental, em Manaus (AM), para o serviço de sexagem de pirarucu, e a Embrapa Pesca e Aquicultura, em Palmas (TO), para o serviço de sexagem de tambaqui.
Com informações e fotos da Embrapa
Com a supervisão de Elaine Silva, jornalista*