Número de famílias endividadas e inadimplentes cresce em agosto

Alta no endividamento em lojas de varejo é de 0,7% entre famílias com até 10 salários mínimos

10/09/2022 às 10:13 atualizado por Ayanne Gladstone* - SBA | Siga-nos no Google News
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O endividamento e a inadimplência de famílias com carnês e cartões de lojas de varejo cresceram em agosto, segundo dados divulgados pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). O número de devedores alcançou a marca de 19,4%, que representa alta de 0,5% quando comparado a agosto do ano passado. A inadimplência alcançou 26% das famílias brasileiras, o maior patamar desde o início da série histórica em 2010. 

De acordo com a pesquisa, a alta da contratação de dívidas foi mais expressiva entre as famílias com rendimento de até 10 salários mínimos do que entre as com renda maior.

Segundo a economista da CNC, Izis Ferreira, a melhora no mercado de trabalho e as políticas mais robustas de transferência de renda favoreceram o rendimento mensal das famílias mais vulneráveis, embora elas ainda enfrentem dificuldades. “A inflação em nível ainda elevado desafia o poder de compra desses consumidores. O crédito tem sido uma forma importante para eles sustentarem o consumo”, afirma.

Anual 

No ano, a alta no endividamento direto em lojas de varejo é de 0,7% entre as famílias com até 10 salários mínimos. Já entre aquelas consideradas ricas, o crescimento foi de 3%. A maior proporção de endividamento em carnês do varejo ocorreu junto à redução de endividados no cartão de crédito, de 3,2%.

Segundo o presidente da CNC, José Roberto Tadros, a alta é consequência da procura por compras com crédito mais barato. “As famílias estão buscando alternativas de crédito mais baratas por conta da elevação dos juros, e o cartão de crédito foi o tipo de dívida com a segunda maior alta dos juros médios em um ano até junho, 17 pontos percentuais”.

Inadimplência 

Pelo segundo mês consecutivo, o volume de consumidores que atrasaram o pagamento de contas de consumo ou dívidas subiu. A segunda alta, de 29,6% em agosto, ocorreu após a inadimplência se manter moderada entre abril e junho, com o reflexo dos saques do FGTS e a antecipação do 13º salário de aposentados e pensionistas do INSS. 

Segundo a economista Izis Ferreira, a alta do volume de famílias com contas atrasadas foi maior entre as que possuem menor renda. “Isso mostra os desafios que esses consumidores seguem enfrentando na gestão mensal de seus orçamentos”, finaliza.

Com informações da Agência Brasil

Foto capa: Pixabay

*Com supervisão de Daniel Catuver, jornalista.


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