PIB cresce 1,2% no segundo trimestre de 2022

Estudo do IBGE aponta que este é o quarto resultado positivo consecutivo do indicador

02/09/2022 às 08:00 atualizado por Daniel Catuver - SBA | Siga-nos no Google News
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O PIB (Produto Interno Bruto), que é a soma dos bens e serviços finais produzidos no Brasil, cresceu 1,2% no segundo trimestre deste ano na comparação com o período anterior. Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) indicam que este é o quarto resultado positivo seguido do indicador, após o recuo de 0,3% no segundo trimestre do ano passado. O PIB chegou a R$ 2,404 trilhões em valores correntes.

Com o resultado, o PIB avançou 2,5% no primeiro semestre do ano e a atividade econômica do país ficou 3,0% acima do patamar pré-pandemia, verificado no quarto trimestre de 2019. Segundo o IBGE, a economia chegou também ao segundo patamar mais alto da série, atrás somente do que foi registrado no primeiro trimestre de 2014.

De acordo com o instituto, o crescimento no segundo trimestre foi influenciado pela alta de 1,3% nos serviços. A coordenadora de contas nacionais do IBGE, Rebeca Palis, destaca que os serviços estão pesando 70% na economia, então há um impacto maior nesse resultado. “Outras atividades de serviços, transportes e informação e comunicação avançaram e puxaram essa alta. Em outras atividades de serviços estão os serviços presenciais, que estavam represados durante a pandemia, como os restaurantes e hotéis, por exemplo”, explica.

Com o resultado, o subsetor outras atividades de serviços está 4,4% acima do patamar pré-pandemia.

Indústria

A indústria teve alta de 2,2%, sendo este o segundo resultado positivo consecutivo do setor após a queda de 0,9% no quarto trimestre do ano passado. Para o IBGE, é a taxa positiva mais alta para a indústria desde o terceiro trimestre de 2020 (14,7%). Naquele momento, o setor começava a se recuperar dos efeitos da pandemia e tinha uma base de comparação menor.

Os dados indicam ainda que essa elevação foi influenciada pelos desempenhos positivos de 3,1% na atividade de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos, de 2,7% na construção, de 2,2% nas indústrias extrativas e de 1,7% nas indústrias de transformação. “Houve crescimento em todos os subsetores da indústria. Um deles é a construção civil, que vem enfrentando problemas há anos e foi bastante afetada na pandemia, mas está se recuperando há alguns trimestres”, ressalta a coordenadora.

Agropecuária

Depois de recuo de 0,9% no último trimestre, a agropecuária variou 0,5% no segundo trimestre deste ano. Segundo Rebeca Palis, o setor é muito ligado à sazonalidade e, no semestre, tem caído por conta da retração na produção da soja, que é a maior lavoura. “De acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, a previsão é de queda de 12% nessa produção. Isso impactou bastante o resultado da agropecuária no ano”, observa.

Consumo das famílias

O consumo das famílias avançou 2,6% no segundo trimestre. O percentual é o maior desde o quarto trimestre de 2020, quando registrou 3,1%. Em movimento contrário, o consumo do governo caiu 0,9%, depois de apresentar estabilidade no trimestre anterior, quando registrou queda de 0,1%. “A alta do consumo das famílias está relacionada à volta do crescimento dos serviços prestados em decorrência dos serviços presenciais que estão com a demanda represada na pandemia. Um reflexo disso é o aumento no preço das passagens aéreas, uma consequência do crescimento da demanda”, finaliza Rebeca.

Com informações da Agência Brasil

Foto de capa: Pixabay


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