Pesquisa traça perfil do pecuarista de MT na era digital

Estudo avaliou a utilização de internet, smartphones e softwares no campo

17/06/2022 às 09:17 atualizado por Daniel Catuver - SBA | Siga-nos no Google News
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Uso da tecnologia na pecuária auxilia na competitividade
Foto: Lilian Alves/Embrapa

O Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária) realizou uma pesquisa, em parceria com o Senar-MT (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso), para identificar o perfil dos pecuaristas do estado na era digital. As informações obtidas por meio do estudo, divulgadas na quarta-feira (15), mostram que a tecnologia tem sido utilizada como ferramenta de negócio no campo.

Dos 409 pecuaristas ouvidos pelos pesquisadores em 93 municípios de Mato Grosso, 87% consideram que a tecnologia ajuda na engorda do animal, sendo o melhoramento genético e as balanças eletrônicas as principais ferramentas de auxílio. Além disso, também foi verificado que 82% dos produtores utilizam smartphones para comercialização de bovinos e 19% adotaram algum aplicativo ou software na propriedade.

Para o superintendente do Imea, Cleiton Gauer, os resultados do estudo envolvendo a tecnologia no campo sinalizam uma mudança de mentalidade do pecuarista mato-grossense. “É uma quebra de paradigma. O pecuarista está nesse movimento para o uso de ferramentas tecnológicas que podem ser de gestão da propriedade, investimentos em manejo e pastagem, implantação de IATF (Inseminação Artificial em Tempo Fixo), entre outros”, afirma.

A faixa etária média dos pecuaristas que responderam à pesquisa está entre 46 e 65 anos, 45% com ensino superior. Segundo a coordenadora do projeto, Vanessa Gasch, o uso da tecnologia é fundamental para que o pecuarista se mantenha competitivo no mercado. “O maior desafio do pecuarista é aumentar a produtividade em uma menor área. Essa necessidade influencia nesse movimento de adoção de novas tecnologias”, ressalta.

Conectividade

O estudo também trouxe dados em relação à conexão de internet na zona rural que apontam uma desigualdade entre as regiões do estado. Enquanto no médio-norte 86% dos pecuaristas revelaram que possuem algum tipo de conexão, na região norte o índice cai para 55%.
Na média estadual, 71% possuem internet, a maioria apenas na sede da propriedade e via conexão de rádio (64%), e apenas 10% é via 4G. “Estamos falando de um estado gigante e quando olhamos para a zona rural ainda está aquém do que esperamos. Com a possibilidade da conexão 5G, esse quadro pode ser alterado, mas ainda é um grande desafio”, destaca o superintendente Cleiton Gauer.

Redes Sociais

O levantamento de dados foi feito entre os meses de setembro e outubro de 2021 e traz também os impactos da pandemia de Covid-19. As restrições impostas pelas medidas sanitárias aumentaram o uso do Whatsapp, de 65% para 78%, e do telefone, de 60% para 73%. Inclusive, 78% utilizam o aplicativo de mensagens instantâneas para saber ou comprar novas tecnologias.

Os Dias de Campo e as feiras que deixaram de acontecer presencialmente por conta das restrições de biossegurança, foram substituídas como fontes de informação pelas redes sociais Instagram e Facebook, que atualmente ocupam o terceiro e o quarto lugar como principais canais de comunicação entre os pecuaristas.

Estrutura da propriedade e do gado

O estudo verificou ainda que 8% das propriedades não possuem curral e 40% não têm balança e nem bebedouro. Mais de 58% das propriedades são menores ou iguais a 500 hectares e 52% delas possuem rebanho entre 151 e 1.000 cabeças de gado.

Mato Grosso possui todos os tipos de sistemas produtivos que demonstram a heterogeneidade da pecuária no estado, sendo o de recria e engorda o mais realizado.
Um fator preocupante é em relação a forma de identificação dos animais. Enquanto 6% usam chips eletrônicos, 18% dos pecuaristas não utilizam nenhum controle de manejo bovino. “A falta de controle é um ponto de atenção que pode impactar na gestão da propriedade”, destaca Gauer.

Pesquisa

Os pecuaristas que participaram do estudo representam 356 mil cabeças de gado, ou seja, 1,09% do rebanho total do estado. Do total de voluntários pesquisados, a faixa etária média está entre 46 e 65 anos e 45% possuem ensino superior.

Com informações do Imea

Foto de capa: Lilian Alves/Embrapa


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