Frio intenso deve impactar preços de hortifrutis

Efeito da geada pode elevar ainda mais os preços nos próximos dias

17/05/2022 às 19:07 atualizado por Daniel Catuver - SBA | Siga-nos no Google News
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A previsão de baixas temperaturas para esta semana está agitando o mercado de hortifruti brasileiro. Em fevereiro, o excesso de chuva e estiagem prejudicaram a produção em diversas regiões de cultivo no Brasil. Desta vez, nos próximos dias, o efeito do frio será mais danoso na cultura de hortifruti, que já acumula alta desde o início do ano e com forte impacto nos índices de inflação para o consumidor.

Alguns produtos, que já estavam com valores altos, podem ficar ainda mais caros para o consumidor devido a mudança do clima. No maior entreposto de alimentos do país, a Ceagesp, localizada no estado de São Paulo, o preço de alguns produtos já dispararam. As folhas, como a alface e a rúcula, são as mais sensíveis.

Entre os produtos de fruticultura que registraram tendência desfavorável de compra no início desta semana estão o abacaxi pérola, as bananas maçã e prata, o coco verde, a fruta-do-conde (pinha), o kiwi estrangeiro, as maçãs estrangeira e nacional, a manga Tommy Atkins, o maracujá azedo, o morango, a pêra estrangeira e as uvas itália e benitaka.

Já na lista de verduras e legumes que seguem a mesma tendência aparecem as abóboras, a abobrinha italiana, a beterraba, a cenoura, a mandioquinha, os pimentões amarelo e vermelho, o quiabo liso, o tomate pizzadoro, a vagem macarrão, a acelga, o agrião, o brócolis comum e ninja, a couve flor, a escarola, o espinafre, o repolho roxo, a rúcula hidropônica, a salsa, o alho nacional, a batata lavada e asterix, a cebola nacional, além do ovo branco e vermelho.

Dados do IBGE mostram que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial do país, subiu 1,06 em abril. Os alimentos e bebidas ocuparam o topo da lista do grupo da variação mensal, que está associada ao clima e também a valorização de fertilizantes e defensivos, que são negociados em dólar, e ocasionaram redução das áreas de cultivo.

Tendência do clima

Para maio, segundo informações da Climatempo, o frio será especialmente intenso no Sudeste e no Centro-Oeste, com possibilidade de geada em lugares que não têm este fenômeno todos os anos, configurando uma situação excepcional. Mato Grosso do Sul, sul de Goiás, São Paulo, Sul de Minas e Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba devem registrar geada a partir do meio desta semana.

Temperaturas um pouco abaixo de 0°C devem chegar ao Sul de Minas Gerais. No interior paulista, no Triângulo/Alto Paranaíba, em Goiás, no Distrito Federal, em Mato Grosso do Sul, além dos estados da Região Sul, as temperaturas devem variar entre 0°C e 5°C.

Diversas culturas sentirão o impacto do frio intenso, mas só os anúncios feitos na semana passada da chegada desta onda de frio já foram suficientes para agitar o mercado de café. A Mogiana Paulista, o Cerrado e o Sul de Minas Gerais estão dentro da área de risco de geada. Entretanto, o efeito mais danoso e imediato será sobre as hortaliças, que são muito sensíveis ao frio.

De acordo com a Climatempo, a Grande Curitiba deve ter geada já nesta terça-feira (17) e não se descarta alguma geada na região metropolitana de São Paulo. Mesmo que o gelo não se forme efetivamente, o resfriamento muito acentuado já causará algum dano, ou no mínimo, levará parte (se não toda) da alta de preços que se pode esperar nas feiras livres para a próxima semana.

A previsão é de que eventos de geada ocorram até sexta-feira (20) em diferentes áreas das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Porém, o risco mais elevado de geada em muitas áreas será nos dias 18, 19 e 20 de maio, nos estados do Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e em áreas de Goiás.

Com informações da Climatempo

Foto de capa: Luciana Cury/Seaf/MT


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