A demanda do mercado interno e, especialmente, de compradores internacionais, está exigindo dos pecuaristas brasileiros maior eficiência na produção de carne. Ao mesmo tempo, aumentam as exigências por maior qualidade e cortes especiais no mercado de exportação.
Para atender essas exigências, a produção precisa de maior rendimento e, ao mesmo tempo, maior controle de qualidade. Pensando em suprir essas demandas, a Central Bela Vista, parte do Grupo CRV, inaugurou um novo Centro Tecnológico (CT) no qual será possível identificar quais touros podem transmitir com segurança essas características a seus descendentes.
Construído dentro do complexo da empresa em Botucatu (SP), o CT da Bela Vista integra a experiência da empresa na identificação genética e tratamento de touros à “Prova de Desempenho” dos animais para saber qual deles ganha mais peso comendo menos alimento.
Segundo o gerente comercial da Bela Vista, Pedro Araújo, com a ajuda da eletrônica, o centro tecnológico oferece um controle muito apurado dos testes realizados. “A partir do momento que o animal chega, ele recebe um brinco eletrônico e, quando vai comer no cocho, que também tem controle eletrônico, o chip do brinco é lido e mede-se a quantidade de comida ingerida. E toda vez que o animal bebe água, o chip é novamente lido e, no bebedouro, há uma balança que pesa o touro”, explica.
Após a pesagem, os animais são submetidos a uma ultrassonografia da carcaça para medir a área de olho de lombo (AOL), a espessura de gordura subcutânea e o marmoreio. Também é realizada uma ultrassonografia testicular que avalia o potencial reprodutivo dos animais. O processo dura 77 dias e o resultado auxilia na identificação dos animais com alta eficiência na conversão de alimento em peso e na qualidade da carcaça.
De acordo com informações da empresa, há uma grande procura pela tecnologia e uma grande exigência tanto do mercado doméstico quanto do de exportação. “Os produtores querem eficiência e carne de qualidade”, afirma o gerente comercial.
A Bela Vista já tem um programa em andamento no centro tecnológico junto com a Confraria da Carcaça Nelore. O programa começou no dia 6 de abril com a escolha, pesagem e identificação de 140 animais que passaram por avaliação biométrica e receberam seus brincos.
Com os dados computados, os animais serão destinados ao 2º Leilão Reprodutores Confraria da Carcaça Nelore. “Os dados do CT da Bela Vista passarão a integrar o registro definitivo da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), o que será mais um diferencial para a empresa como provedora de serviços de qualidade e para os proprietários que poderão se beneficiar com animais mais bem avaliados”, ressalta Pedro Araújo.
Ainda segundo ele, no futuro, a ideia seria fazer a mesma prova com as fêmeas. Nesse caso, as etapas seriam as mesmas às quais são submetidos os machos com apenas duas diferenças, a ultrassonografia do aparelho reprodutor dos animais e aspiração folicular para a produção de embriões.
Com informações e foto de capa da CRV