Governo lança plano para enfrentar desabastecimento de fertilizantes

País é um dos grandes importadores mundiais de insumos, principalmente da Rússia e da China

11/03/2022 às 12:20 atualizado por Lucas Caxito* - SBA | Siga-nos no Google News
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O governo federal lançou nesta sexta-feira o Plano Nacional de Fertilizantes em solenidade realizada no Palácio do Planalto, em Brasília (DF). A ministra da Agricultura, Tereza Cristina Corrêa Dias, destacou a importância do país possuir planejamento e ações políticas para eliminar a dependência externa de fornecimento de fertilizantes à agropecuária.

Segundo dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos, mais de 85% dos fertilizantes utilizados no país são importados, evidenciando um elevado nível de dependência de importações em um mercado dominado por poucos fornecedores. Essa dependência crescente deixa a economia brasileira, fortemente apoiada no agronegócio, vulnerável às oscilações do mercado internacional de fertilizantes.

O Brasil ocupa a 4ª posição mundial com cerca de 8% do consumo global de fertilizantes, sendo o potássio o principal nutriente utilizado pelos produtores nacionais (38%). Na sequência, aparecem o fósforo com 33% do consumo total de fertilizantes, e o nitrogênio, com 29%. Juntos, formam a sigla NPK, tão utilizada no meio rural. Dentre as culturas que mais demandam o uso de fertilizantes estão a soja, o milho e a cana-de-açúcar, somando mais de 73% do consumo nacional.

O plano também institui o Conselho Nacional de Fertilizantes e Nutrição de Plantas, órgão consultivo e deliberativo que coordena e acompanha a implementação do Plano Nacional de Fertilizantes.

A implantação das ações do plano poderá minimizar a dependência externa de nutrientes, que chegam ao país principalmente da Rússia, China, Canadá, Marrocos e da Bielorússia. Estados Unidos, Catar, Israel, Egito e Alemanha completam a lista dos dez maiores exportadores de fertilizantes para o Brasil em 2021, de acordo com dados do Ministério da Economia.

O Plano Nacional de Fertilizantes buscará readequar o equilíbrio entre a produção nacional e a importação ao atender sua crescente demanda por produtos e tecnologias de fertilizantes. Pretende-se diminuir a dependência de importações, em 2050, de 85% para 45%, mesmo que dobre a demanda por fertilizantes.

Com informações da Agência Brasil

*Supervisionado por Valdecir Cremon, jornalista


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