Artigo: soja segue em disparada no Brasil e na Bolsa de Chicago

28/01/2022 às 18:18 atualizado por Fabiano Reis* - Canal do Boi | Siga-nos no Google News
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De fato, podemos ver a soja alcançar US$ 16 por bushel na Bolsa de Chicago em pouco tempo. E os operadores de mercado só têm falado disso. A semana encerrada em 28 de janeiro deixou muito claro que os investidores de mercado estão de olho nos mapeamentos climatológicos e levantamentos de safras realizados por instituições privadas na América do Sul.
 
Sim. A percepção de uma quebra mais intensa na produção de Brasil, Argentina e Paraguai, principalmente, ganha contornos mais claros e evidencia altas nas negociações da bolsa norte-americana. Em sua escalada de alta, a oleaginosa registrou elevação na casa de 1,62% nesta sexta-feira (28), na posição negociada para março, de maior liquidez no momento e que fechou a US$ 14,71’6 por Bushel.
 
Tenho destacado no meu programa, AgriculturaBR, registros de perdas muito elevadas em propriedades rurais do estado do Paraná. Alguns produtores rurais alegam perda quase total já no final de dezembro. Situação semelhante ocorre no Rio Grande do Sul e também no sudoeste de Mato Grosso do Sul, locais onde produtores começaram a acionar suas apólices de seguro há pelo menos 20 dias.
 
No Paraguai a empresa Dasagro estimou 5,38 milhões de toneladas de produção de soja na safra principal e mais 1,27 mi de toneladas na safrinha. Uma forte queda diante das expectativas iniciais. Na Argentina, apesar do governo do país, da Bolsa de Cereais de Buenos Aires e do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontarem para perdas, mas para uma safra ainda na casa de 45 milhões de toneladas, a Bolsa de Comércio de Rosário já estima 40 milhões de toneladas, com viés de queda.
 
O cenário é claro: A safra de soja da América do Sul está em cenário de quebra.
 
De acordo com Cristiano Palavro, da Pátria Agronegócios, que participou do programa Agricultura BR na última sexta-feira, os preços da soja têm reagido de maneira agressiva no mercado interno brasileiro nos últimos 60 dias.

“Chicago sobe com a percepção de que as safras da América do Sul estão se deteriorando. Perdas no Sul do Brasil, parte do Mato Grosso do Sul, Paraguai e Argentina. Os prêmios se aproximam a US$ 1 por bushel para os embarques curtos no Brasil, com a China com demanda reprimida e estoques curtos e voltando forte para as compras”, disse.
 
Em resumo, os fundamentos apontam para altas recorrentes para os preços da soja, mesmo com alguma queda registrada para o Dólar comercial, que tem operado abaixo de R$ 5,40.

*Fabiano Reis - jornalista do Canal do Boi, apresentador do programa Agricultura BR e mestre em Produção e Gestão Agroindustrial

Foto de capa: Wenderson Araujo - Trilux - Sistema CNA Senar.


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