Abate de bovinos no terceiro trimestre foi o menor para o período em 15 anos

No terceiro trimestre deste ano foram abatidos 6,94 milhões de bovinos, o que representa queda de 10,7% frente ao mesmo período de 2020

08/12/2021 às 13:05 atualizado por Redação - SBA | Siga-nos no Google News
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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), divulgou nesta quarta-feira (08), o resultado da Estatística da Produção Pecuária. Os dados apontam que, no terceiro trimestre deste ano, foram abatidas 6,94 milhões de cabeças de bovinos sob algum tipo de serviço de inspeção sanitária.

O resultado representa queda de 10,7% frente ao mesmo período de 2020, e de 2% frente ao segundo trimestre. Foi o resultado mais baixo para um terceiro trimestre desde 2004. 

O melhor desempenho no trimestre foi agosto, (2,52 milhões de cabeças) e setembro foi o de menor atividade (1,91 milhão de cabeças).

O abate de 829,71 mil cabeças de bovinos a menos no terceiro trimestre de 2021 em relação ao mesmo período do ano anterior, foi ocasionado por reduções em 21 das 27 Unidades da Federação (UFs). Entre aquelas com participação acima de 1,0%, as reduções mais significativas ocorreram em Mato Grosso (-279,94 mil cabeças).

Mato Grosso continua liderando o abate de bovinos, com 16,4% da participação nacional, seguido por São Paulo (10,9%), e Goiás (10,8%). Mato Grosso do Sul, segundo colocado no terceiro trimestre de 2020, caiu para a quarta posição, após a queda de 24,4% no número de cabeças abatidas em comparação com o contabilizado período da pesquisa.

De acordo com o IBGE, no abate de bovinos, manteve-se a tendência iniciada em 2020, com a retenção de fêmeas por conta do elevado preço do bezerro. 

Apesar da retração do abate, o volume de carne bovina in natura exportada foi o mais elevado para um trimestre, considerando a série histórica da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX/ME), com recordes para os meses de agosto e setembro, 181,6 mil toneladas e 187,0 mil toneladas, respectivamente.

“O preço do boi vem subindo por conta de um abate de fêmeas elevado até 2019, o que fez faltar bezerros. Agora os produtores estão retendo mais fêmeas para criar bezerros. Além dessa retenção, houve restrições de exportação para a China, a partir de setembro, o que contribuiu para reduzir o abate. A porcentagem de carne exportada atingiu níveis recordes acima de 30% do total produzido, em equivalência de carcaças. O mercado externo estava com alta participação e esse baque das restrições da China, que responde por quase 60% das exportações de carne brasileira, levou muitos frigoríficos a reduzir o abate. Já os frigoríficos que atendem ao mercado interno estavam trabalhando com margens baixas ou até negativas e isso também desestimula o abate”, diz o supervisor da pesquisa, Bernardo Viscardi.


Foto de capa: Wenderson Araújo/ Sistema CNA Senar


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