Aprosoja vê fator econômico disfarçado de proteção ambiental sobre banimento de importações da UE

Associação definiu a proposta da União Europeia como “protecionismo comercial disfarçado de preocupação ambiental”

23/11/2021 às 17:42 atualizado por Redação - SBA | Siga-nos no Google News
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A Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil) emitiu uma nota nesta terça-feira (22), em que se posiciona sobre a proposta em discussão na União Europeia de banir a importação de commodities agrícolas que venham de área de desmatamento, sejam legais ou não no país de origem. 

“Protecionismo comercial disfarçado de preocupação ambiental”, foi como definiu a associação. 

“A iniciativa é uma afronta à soberania nacional e coloca a conversão de uso do solo permitido em lei na mesma vala comum do desmatamento ilegal, que já é punido pela legislação ambiental brasileira”, continua o texto.

A Sociedade Rural Brasileira (SRB) também emitiu uma nota na quinta-feira (18), em que manifesta “indignação” com a proposta anunciada pela União Europeia.

Os produtos que podem ser barrados, se a proposta for aprovada pelo Parlamento Europeu e pelos países membros da União Europeia, vão desde os líderes de exportação do agronegócio brasileiro, como carne bovina e soja, como também óleo de palma, madeira, cacau e café, além de couro, chocolate e móveis derivados desses produtos.

A Aprosoja lista medidas que demonstram a preocupação do Brasil em preservar o meio ambiente, como o Código Florestal, aprovado em 2012, que prevê a conservação de 80% de áreas das propriedades no bioma Amazônia.

A associação pede respeito à soberania brasileira e atenção aos impactos que podem ser gerados na produção com a medida e, consequentemente, no fornecimento de alimentos pelo Brasil a mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo.

“Reiteramos que, se a Amazônia e o Cerrado brasileiro já estão preservados, e que o modelo produtivo no Brasil é apontado pela ONU como solução para a redução do aquecimento global, o que podemos concluir é que se trata de medida de caráter flagrantemente protecionista, com graves consequências para a produção de comida para a sua população e para mais de um bilhão de pessoas que dependem dos alimentos produzidos de forma sustentável. Sugerimos que outros países despertem para isso e se posicionem”, diz a nota.

 

Foto de capa: Pixabay


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