A Sociedade Rural Brasileira (SRB) emitiu uma nota nesta quinta-feira (18), em que manifesta “indignação” com a proposta anunciada pela União Europeia de restringir importações de commodities agrícolas que tenham como origem áreas de desmatamento, “sem considerar os recentes acordos internacionais”.
Os produtos que podem ser barrados, se a proposta for aprovada pelo Parlamento Europeu e pelos países membros da União Europeia, vão desde os líderes de exportação do agronegócio brasileiro, como carne bovina e soja, como também óleo de palma, madeira, cacau e café, além de couro, chocolate e móveis derivados desses produtos.
O texto prevê que as empresas de comércio exterior terão que comprovar a origem do produto a ser exportado ao bloco europeu. As regras abrangem commodities vindas de área de desmatamento, sejam legais ou não pelo país de origem, posteriores a 31 de dezembro de 2020. A medida visaria prevenir o afrouxamento das leis ambientais das nações para se adequarem às regras de importação da UE.
Em nota, a SRB manifestou apoio ao ministro brasileiro do meio ambiente, Joaquim Leite, para que a proposta seja questionada “sob o argumento de desrespeito a soberania nacional dos países e por estar desalinhada ao Acordo de Paris”, afirmou a entidade.
A nota também relembra que o Brasil possui um dos códigos florestais mais rigorosos do mundo.
“Nenhum país até hoje estabeleceu 80% de preservação da floresta em propriedades privadas, assim como estabelece nosso código para o bioma Amazônia”, destacou a presidente da SRB, Tereza Vendramini.
“A proposta da UE de enquadrar o Brasil como de alto risco para desmatamento desconsidera a classificação das práticas legais, feitas de acordo com a lei, daquelas que são ilegais. A SRB dará total apoio aos nossos representantes para que a autonomia do nosso país seja preservada, esclarecendo a comunidade internacional o comprometimento da agropecuária brasileira com a preservação do meio ambiente”, finaliza a nota.
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