Resultados do mercado de sêmen bovino decolam em 2021

Número de municípios brasileiros que utilizam inseminação artificial cresceu 4,2% entre janeiro a setembro de 2021

17/11/2021 às 17:33 atualizado por Thalya Godoy - SBA | Siga-nos no Google News
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A Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia) divulgou na última terça-feira (16), o novo Index ASBIA 3º trimestre 2021, que traz dados sobre o mercado de sêmen e botijão. 

O relatório aponta que 77,6% dos municípios brasileiros (4.321) utilizam Inseminação Artificial (IA) atualmente, representando um crescimento de 4,2% em relação aos nove primeiros meses de 2020. A IA é trabalhada no segmento de corte em 3.822 municípios, e em 3.747 no de leite.

“O destaque absoluto fica por conta do crescimento de 13% no corte e 3% no leite. Atravessando uma tempestade perfeita de mercado, o melhoramento genético continua avançando. Em momentos difíceis assim, no passado, já assistimos uma retração forte superior a 20%”, afirma o presidente da Asbia, Márcio Nery.

O aumento de municípios que utilizam IA aponta que o Brasil, apesar de ser um país de tamanho continental, vem diminuindo as distâncias em relação às tecnologias aplicadas à pecuária, explica o leiloeiro rural do programa de venda de sêmen Genética BR, Gabriel Borges.

Sêmen do melhoreador REM Birrento está disponível no programa Genética BR

“Áreas importantes como mensuração de carcaça, através de ultrassom ou de índices zootécnicos, são importantes para direcionar o que quer dentro do criatório. Hoje você consegue colocar mais peso no bezerro, peso a desmama, peso ao ano e peso ao sobreano só na escolha do touro correto em relação ao projeto que você quer”, afirma. 

De acordo os dados da Asbia, entre janeiro a setembro deste ano foram coletadas 16.713.741 doses de sêmen, o que representa crescimento de 70% em relação ao mesmo período de 2020.

As vendas alcançaram um total de 18.537.403 doses vendidas que, comparadas as 15.233.306 dos primeiros nove meses de 2020, indicam um crescimento de 22% na comparação.

As exportações brasileiras de sêmen somaram 637.447 mil doses entre janeiro a setembro deste ano, o que corrresponde a avanço de 84% frente ao mesmo período do ano passado.

A Asbia também registrou aumento de 24% nas importações. Entre janeiro a setembro de 2021, 9.657.242 doses entraram no mercado nacional.

Melhoramento Genético
Gabriel Borges pontua que o investimento em sêmen traz resultados positivos aos criatórios com boa relação de custo-benefício. É possível alinhar rusticidade, precocidade e velocidade de ganho de peso, por exemplo. 

As avaliações dos melhoradores são fundamentais para trazer o equilíbrio de resultados e características que o produtor procura, antecipando como será o bezerro antes da inseminação. 

“Você pode vender uma arroba em um preço hoje, mas também pode agregar 20% ou 30% em cima dessa arroba só por conta de características da carne, como marmoreio, EGS [Espessura de Gordura Subcutânea], área de olho de lombo, que vão dar um rendimento maior do animal no frigorífico”, explica o leiloeiro rural.

O apresentador do programa Genética BR também aposta na democratização do melhoramento genético bovino brasileiro a partir da venda de sêmen. É um investimento mais barato em relação a compra de touros, que podem custar mais de R$ 20 mil e cobrem entre 40 a 50 vacas por ano, por exemplo. 

Doses de sêmen do REM Ricket são comercializadas no programa Genética BR

O material genético também pode ser enviado para estados em que é proibida a entrada de bovinos vindos de áreas sem o status de zona livre de febre aftosa sem vacinação. 

“Quando a gente trabalha com sêmen são reprodutores extremamente funcionais, reconhecidos e referenciados pelas suas qualidades no mercado. Ele é um touro de evidência que vai para central, tem seu sêmen coletado e é disponibilizado ao mercado. Temos vendidos sêmen de touros campeões dentro do programa Genética BR a R$ 12 e R$ 15 a dose de um touro que, normalmente, se fosse comprar em um leilão, pagaria no mínimo entre R$ 60 a R$ 80 mil no animal. Você pode fazer um investimento pequeno e inseminar mil vacas. Se alguma coisa falhar, você pode reinseminar”, avalia Borges.

O melhoramento genético de rebanhos a partir da inseminação artificial permite “corrigir” características que estão em falta no rebanho. A máxima da genética bovina, lembra Borges, é produzir indivíduos melhores que as mães que os concebeu. É também a ferramenta para produzir mais quantidade de carne por hectare e de melhor qualidade, agregando valor para essa arroba e ganhar mercados mais exigentes.

“Se o produtor rural conseguir produzir mais carne na mesma área ele já está ganhando. É uma conta que gosto de fazer em cima do touro melhorador, pois ele vai te colocar mais peso no bezerro na desmama, no ano, e no sobreano. Em cima dessa melhoria da carcaça que o produtor rural vai se rentabilizar para poder fazer os investimentos dentro da própria propriedade e arcar com os custos familiares”, aponta o apresentador do programa Genética BR.

 

Foto de capa: Divulgação


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