Suspensão de exportação para China puxa para baixo abate de bovinos, diz analista

Abate de bovinos no terceiro trimestre do ano caiu 11,1%, diz IBGE

11/11/2021 às 16:44 atualizado por Thalya Godoy - SBA | Siga-nos no Google News
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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), divulgou nesta quinta-feira (11), os dados preliminares da produção brasileira de animais no 3º terceiro trimestre do ano. Os resultados apontam abate de 6,91 milhões de cabeças de bovinos sob algum tipo de serviço de inspeção sanitária, o que representa queda de 11,1% frente ao mesmo período de 2020.

Na comparação com o segundo semestre de 2021, o recuo chegou a 2,4%. Em setembro deste ano os abates foram de 1,9 milhão de cabeças, o que representa queda de 23,7% em relação a agosto, com abate de 2.5 milhão de bovinos.

O analista de research da Ativa Investimentos, Sérgio Berruezo, atribui a queda no abate de bovinos às restrições de exportação de carne bovina para a China desde 4 de setembro, após o registro de dois casos atípicos de “mal da vaca louca”, em Minas Gerais e Mato Grosso. 

A suspensão dos embarques ao país asiático foi feita voluntariamente pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em cumprimento ao acordo sanitário firmado entre os dois países. Já são 68 dias sem exportar carne bovina para a China.

“A China é de longe o maior mercado das carnes que saem do Brasil em exportação e essa restrição está causando esse volume de abate menor porque você tem menos destino para as carnes e isso está gerando um pouco de queda no abate”, explica o analista.

De acordo com informações da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), as exportações brasileiras de carne bovina (in natura e processados) para a China e Hong Kong depois de atingirem em setembro recorde de 132.455 toneladas foram reduzidas para uma “exportação residual” de 27.700 toneladas em outubro.

No quadro geral, as exportações brasileiras de carne bovina em outubro somaram 108.630 toneladas e obtiveram uma receita de US$ 541,6 milhões. “Com a ausência da China, o maior importador do produto, houve queda de 43% no volume e de 31% na receita em relação ao mesmo mês de 2020”, informou a Abrafrigo.

“A gente pode verificar nos resultados recentes das empresas com as operações no exterior que os números da China de forma geral apontam para um apetite bem forte pela carne bovina. Então, é essa questão da restrição e com ela indo embora a tendência é que o número de abates volte a aumentar justamente com essa demanda pela China”, afirma Berruezo.


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