Cooperativa reduz preço base do suíno vivo em SC

Queda no valor preocupa produtores do estado

10/11/2021 às 14:59 atualizado por Douglas Silvério - SBA | Siga-nos no Google News
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Granja de suínos
Foto: Wenderson Araujo Trilux

A Cooper 1 - que possui unidades em 20 cidades de Santa Catarina - anunciou nesta quarta-feira (10) a redução de R$ 0,10 no valor pago pelo quilo do suíno vivo, o que preocupa os suinocultores devido aos custos atuais da atividade, segundo a Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS).

A cooperativa confirmou a informação, mas não deu um posicionamento sobre a alteração. Uma circular enviada a produtores, nesta quarta, aponta que o preço pago será de R$ 5,70 pelos próximos 21 dias, retornando ao patamar de 25 de maio deste ano. Em junho o preço foi de R$ 5,90 e em setembro esteve em R$ 5,80. 

O suinocultor Marcos Spricigo relata que os produtores absorvem elevações de custos de produção. "É um ano que o produtor mais está tendo prejuízos, porque se caracteriza com maiores perdas. Santa Catarina é altamente dependente de matéria-prima de outros estados e nossos custos estão atrelados à energia e ao combustível, além de fretes que estão cada vez mais caros”, disse.

“Alguns preços estão se ajustando, como os de milho e de farelo de soja. Isso até ajuda a amenizar um pouco o prejuízo. Mas, quando olhamos o cenário para frente, vemos que estamos na melhor época do ano para vendas com preços ao produtor baixando. Isso nos remete ao primeiro trimestre de 2022, com um cenário ainda pior", prevê.

De acordo com o presidente da ACCS, Losivanio de Lorenzi, historicamente, a partir do mês de agosto há uma melhora no consumo da carne suína com a aproximação da festas de final de ano e Ano Novo.

Em 2020, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a produção de carne suína no país foi de 4.436 milhões de toneladas - 77% foram destinados ao mercado interno e 1.024 milhão de toneladas vendida ao exterior. 

Os estados que mais embarcaram a proteína foram Santa Catarina (51,7%), Rio Grande do Sul (25,8%), Paraná (13,6%), Mato Grosso (3,4%) e Minas Gerais (2,10%). No mercado interno, o consumo per capita por habitante foi de 16 kg, segundo a associação.

Dados da ABPA e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) revelam que os estados que mais abateram suínos em 2020 foram Santa Catarina (30,7%), Paraná (21,10%), Rio Grande do Sul (19,10%) e Minas Gerais (10%).

No acumulado entre janeiro e outubro de 2021 foram embarcadas 967,9 mil toneladas, - volume é 13,4% maior ao obtido no mesmo comparativo com o ano passado, que foi 853,4 mil toneladas. Em receitas, o valor chegou a US$ 2,279 bilhões, desempenho de 21,5% ante o mesmo período em 2020, com US$ 1,876 bilhão.

O presidente da ACCS afirma que mesmo com o crescimento da atividade no país e com aumento de plantel, incentivado pelas indústrias e cooperativas, o cenário é incerto.

“A suinocultura independente vai sofrer um grande lapso porque muitos produtores vão diminuir [o plantel] e outros até desistir da atividade. Isso vai ser muito prejudicial para a economia catarinense e brasileira”, finaliza Losivanio de Lorenzi. 


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