O alto custo dos fretes marítimos e a falta de contêineres, impactam negativamente as exportações brasileiras de arroz. Em agosto, por exemplo, o preço do transporte marítimo teve aumento médio de 217%, chegando até 450%, em relação a maio, segundo novo levantamento da Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz).
Essa alta resultou em uma perda para o setor de R$ 36,4 milhões no primeiro semestre de 2021, e fez com que as vendas externas do cereal para os EUA caíssem mais de 70% em julho, em comparação ao mesmo mês de 2020.
Ainda de acordo com o levantamento, 100% das empresas exportadoras de arroz tiveram redução dos embarques e 100% perderam vendas externas em agosto, em consequência do alto custo do frete marítimo e da falta de contêineres.
O levantamento aponta ainda que houve aumento dos mercados mais afetados pela redução de exportações decorrente da elevação do preço dos fretes. No primeiro estudo realizado pela Abiarroz, entre maio e junho, os principais destinos afetados foram o Peru e os EUA.
Na atualização da pesquisa, realizada em agosto, além de Peru e Estados Unidos, as vendas brasileiras também foram reduzidas para o México, Chile, Canadá e países da África.
Segundo a gerente de Exportação da Abiarroz, Carolina Telles Matos, a alta impacta inclusive, negócios já consolidados em mercados importadores.
“O cenário atual prejudica negócios já consolidados no exterior e as ações de promoção em mercados que importam arroz com valor agregado, como é o caso dos EUA, Peru, México e América Central”, destacou Carolina.
Primeiro semestre
Conforme análises da Abiarroz, no primeiro semestre, houve queda de 46% no valor exportado e de 58% no volume embarcado de arroz em relação ao mesmo período em 2020. No caso do cereal beneficiado, o recuo foi de 32% em valor e de 41% em quantidade. Já em julho, as vendas externas do setor totalizaram 96.604 toneladas.
Com informações da Abiarroz