Há 25 anos, Roslin Institute, da Universidade de Edimburgo (Escócia), foi realizada a primeira clonagem de um mamífero a partir de uma célula adulta. A ovelha Dolly, resultado do experimento, completaria 25 anos hoje (5), se estivesse viva. O experimento, considerado um divisor de águas na ciência, foi o pontapé inicial para discussões sobre a relação entre ciência, ética e legislação.
Produzida operacionalmente, a partir de julho de 1996, sob a coordenação do pesquisador Ian Wilmuth, a ovelha Dolly teve seu nascimento anunciado na revista Nature em 27 de fevereiro de 1997.
No ano de 1999, um estudo mostrou a tendência do animal de desenvolver formas de envelhecimento precoce. Após três anos, foi anunciado que a ovelha estaria com uma doença pulmonar progressiva que, segundo especialistas, seria um sinal de envelhecimento.
O professor de pós-graduação em Bioética da Universidade de Brasília (UnB), Volnei Garrafa, explica que Dolly foi o único exemplo de sucesso entre 277 tentativas fracassadas de obtenção de um “clone aparentemente normal”.
Entre as grandes preocupações que se tem, relativas ao uso de técnicas de clonagem, está a possibilidade de ela ser utilizada para reprodução humana. Garrafa explica que “o rechaço ético-moral” é quase unânime nesse caso.
“Não existe até hoje segurança técnica de que um pesquisador interessado na clonagem reprodutiva humana não vá criar aberrações biológicas. Mas minha reflexão vai muito além da simples estética do ser produzido mas, especificamente, à manipulação da intimidade da vida humana, ao próprio genoma da espécie, à organização das nossas cerca de 30 mil cadeias decifradas e harmônicas de DNA, fragilizando-nos como espécie com vistas ao futuro”.
Assim, as pesquisas têm se restringido a algumas espécies animais. “Nesse sentido, já são muitos, e com bons resultados , os estudos desenvolvidos, por exemplo, com gado, onde a clonagem constitui hoje uma técnica já incorporada em vários lugares”.
O pesquisador acressentou que, no Brasil, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) desenvolve há cerca de 20 anos esse tipo de trabalho, no sentido do melhoramento genético animal para consumo humano.
Com informações da Agência Brasil. / Foto: Toni Barros - Wikimedia Commons.