Geada desta semana prejudica lavouras e pecuária do Paraná

Produtores relatam impacto na piscicultura e perda nas culturas de milho, café e hortaliças

01/07/2021 às 10:48 atualizado por Redação - SBA | Siga-nos no Google News
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As geadas na última semana de junho impactaram as lavouras no Paraná, especialmente as que estão em desenvolvimento e colheita, o que levou a registros de estragos em diversos segmentos agrícolas aponta o Sistema FAEP/SENAR-PR.

As principais culturas em campo no momento são milho e trigo, explica o analista do Departamento de Economia Rural (Deral), Marcelo Garrido. “Temos uma área [de milho] bastante suscetível ao frio na região Norte do Estado, perto de 800 mil hectares. Na região Sul já não tem milho segunda safra, é mais trigo, que aguenta melhor as baixas temperaturas”, observa. Segundo Garrido, ainda é cedo para quantificar os prejuízos. “Para falar em perdas seria necessário entre uma semana e dez dias para verificar o real impacto na produção”, avalia.

Geada cobriu os campos no interior do Paraná. Foto por Redes Sociais

No oeste paranaense, além dos impactos causados pela geada, a produtividade das lavouras da região já foi reduzida em cerca de 40%, devido à janela de plantio atrasada por causa da seca, além de faltas de chuvas regulares durante o período de cultivo. O trigo, que também foi plantado tardiamente, não deve registrar perdas significativas. 

Segundo o produtor de peixes, aves e leites, Edmilson Zabott, diante do cenário nas lavouras, há preocupação sobre a cadeira de proteína animal, em especial, pela alimentação, cujo principal insumo é o milho. O pecuarista também relata aparecimento de fungos nos tanques dos peixes após as mudanças bruscas de temperatura.

Café

Na cultura do café, o frio intenso afetou as principais regiões produtoras, queimando as plantas e trazendo incertezas quanto à temporada 2022. “A safra que está no pé está tranquila, mas a colheita do ano que vem está comprometida”, afirma o cafeicultor Fernando Lopes, de Mandaguari, na região Norte. Segundo o produtor, por enquanto é possível afirmar que o prejuízo existe e é considerável, mas ainda levará um tempo para calcular o quanto as plantas foram afetadas. 

De acordo com a técnica do Departamento Técnico (Detec) do Sistema FAEP/SENAR-PR e responsável pela cultura do café, Jéssica D’angelo, a maioria dos cafeicultores já iniciou a colheita há cerca de um mês, o que pode minimizar as perdas desta safra. “Se tiver fruto verde no pé no momento da geada, pode haver impacto na qualidade da bebida”, observa.

Hortaliças
No setor de hortaliças, o produtor Hamilton Possebon, de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), afirma que ainda é cedo para avaliar os danos causados, mas é possível verificar folhas queimadas em plantas como alface e couve-flor, principalmente se estiverem em áreas de baixada.

Toledo, no interior do Paraná, registrou baixas temperatuas. Foto por Redes Sociais

“As culturas que eu tenho na minha propriedade são resistentes ao frio até zero grau, então estamos no limite. Caso volte a gear, certamente vai queimar mais. Os maiores estragos devem aparecer nos próximos dias”, relata.

Alerta de geada
O IDR-Paraná e o Simepar mantêm o Alerta Geada, serviço que alerta cafeicultores, com antecedência de 48h e 24 horas, para a ocorrência de geada na região cafeeira.

O Serviço é gratuito e funciona no período de maio a setembro por meio de avisos pelo telefone (Disque Geada 3391-4500), WhatsApp, internet e de boletins para televisão, rádios e jornais de todo o estado do Paraná.

Para mais informações sobre esse serviço, contate o IDR-Paraná Agrometeorologia pelo telefone (43) 3376-2248 ou pelo e-mail [email protected]

 

Informações Sistema FAEP/ Senar-PR


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