Sindicatos e cooperativas do agronegócio do interior de São Paulo estão se mobilizando para um protesto contra o aumento de alíquotas do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) no Estado. A ideia é pressionar o governador João Dória (PSDB) a revogar um decreto que estabelece novos percentuais do imposto, que está em vigor desde o dia primeiro de janeiro.
O “tratoraço” deverá começar às 7h em cerca de 200 cidades paulistas, segundo estimativa de organizadores, principalmente em ruas próximas a supermercados, para demonstração do impacto da elevação do imposto em preços de produtos da cesta básica.
Por meio de redes sociais, o vice-presidente do Sindicato Rural de Araraquara e coordenador regional do Senar, João Henrique de Souza Freitas, disse que o protesto “é uma forma de tentar sensibilizar o governo, porque o aumento do imposto vai ser repassado para o consumidor final e afetar diretamente a cesta básica de alimentos”.
Pelo decreto, milho, farelo de soja, sementes, produtos veterinários, defensivos, rações e adubos passam de isentos para taxa de até 4,14% de ICMS. A Federação de Agricultura e Pecuária do Estado (Faesp) calcula que o impacto em preços ao consumidor deve ficar entre 10 e 15%. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e a Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes) afirmam que a elevação vai “impactar toda a sociedade paulista em um momento desafiador”, com referência ao desemprego, pandemia e ao fim do auxílio emergencial.
O governo do Estado afirma que as novas alíquotas devem contribuir com a redução do déficit causado pelo enfrentamento à pandemia do novo coronavírus.