Alta incidência da cigarrinha-do-milho na safra 2020/2021 alerta produtores do Sul

Pesquisador da Epagri/SC explica que perdas causadas pelas doenças do complexo de enfezamentos podem chegar a mais de 90%

04/01/2021 às 14:29 atualizado por Redação - SBA | Siga-nos no Google News
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A Secretaria da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural de Santa Catarina informou nesta segunda-feira (04), que a alta incidência de cigarrinha-do-milho na safra 2020/2021 está preocupando produtores de milho do estado e do Rio Grande do Sul, que temem pelo impacto da praga na produtividade da cultura. 

O entomologista e pesquisador do Centro de Pesquisa para Agricultura Familiar da Epagri (Epagri/Cepaf), Leandro do Prado Ribeiro, explica que a principal preocupação é com a transmissão de microrganismos causadores das doenças do complexo de enfezamento (enfezamento-pálido, enfezamento-vermelho e virose-da-risca), uma vez que esse inseto atua como vetor desses agentes fitopatogênicos para a cultura.

“As perdas ocasionadas pelas doenças do complexo de enfezamentos podem chegar a mais de 90%, especialmente em lavouras cultivadas com híbridos suscetíveis a tais doenças”, esclarece o entomologista.

O pesquisador explica que baixas populações da cigarrinha-do-milho sempre estiveram presentes nos milharais das principais regiões de cultivo de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, especialmente na segunda safra (“safrinha”), e que os danos diretos decorrentes da sucção de seiva são significativos apenas em altas infestações. 

Porém, os levantamentos realizados nesta safra pela Epagri e colaboradores constataram, com base em testes moleculares, uma alta incidência de insetos com a presença dos patógenos (molicutes e vírus) associados ao seu sistema digestório, o que acendeu um alerta amarelo sobre os potenciais impactos para as produções catarinenses e gaúchas.

Milharais atacados pelo complexo de enfezamentos apresentam como sintomas a redução do porte das plantas e da área foliar, o multiespigamento, a redução da altura de inserção da espiga e a má formação de espigas e grãos, o que afeta diretamente o rendimento das lavouras. 

Além disso, aumenta consideravelmente o quebramento de colmo e o tombamento de plantas, assim como a incidência de outros patógenos oportunistas causadores de podridão do colmo e da espiga. “A severidade desses sintomas é influenciada pela suscetibilidade do híbrido, época de infecção das plantas e temperatura do ambiente”, informa Leandro.

 

Informações por Seagri-SC  / Foto de capa por Fabiano Bastos


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