A Secretaria estadual de Agricultura do Rio Grande do Sul registrou 67 focos de gafanhotos, entre o final de novembro e esta semana. A situação mais grave é de São Valério do Sul, na região Norte do Estado, onde foram encontrados 23 casos. A pasta informou que fiscais estaduais agropecuários realizam diligências nas ocorrências e concentram o monitoramento na área de maior verificação do surto, na divisa do município com Santo Augusto, onde houve 18 registros.
Também segundo a secretaria, a espécie predominante das ocorrências é a Chromacris speciosa, conhecido por gafanhoto-soldado, de coloração preta com manchas vermelhas quando jovem, evoluindo para verde camuflado quando adulto.
Além desta, outras espécies do gênero Sinipta, de ocorrência em pastos naturais, e do gênero Zoniopoda também foram observadas. Essas espécies alimentam-se de vegetação nativa e plantas espontâneas e daninhas, com baixo risco de danos à produção agrícola.
Em nota publicada no site da secretaria, o chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal, Ricardo Felicetti, afirma que as espécies são nativas, “de ocorrência comum no Rio Grande do Sul e não estão manifestando comportamento de praga agrícola, com ocorrências sem danos às plantas cultivadas e lavouras comerciais”.
A orientação de Felicetti, inclusive, é de não realizar o controle, tendo em vista que estas espécies desempenham função ecológica no meio ambiente e eventuais supressões possibilitariam desequilíbrio local e efeitos adversos ao meio ambiente e na contenção de pragas agrícolas proporcionada pelo mesmo.