Moinhos brasileiros temem falta de trigo da Argentina

Paralisação de trabalhadores impede carregamento de 180 navios com o grão

18/12/2020 às 17:03 atualizado por Valdecir Cremon - SBA | Siga-nos no Google News
:

Moinhos e empresas consumidoras de farinha de trigo buscam alternativas com a possível falta do grão no mercado brasileiro como primeira consequência da greve dos inspetores de portos da Argentina, que entrou em seu oitavo dia nesta sexta-feira (18). Ao menos 180 navios estariam parados, sem autorização de atracação.

A paralisação de trabalhadores, causada por uma discussão salarial, já afeta a produção de farelo de soja e as exportações agrícolas do país. As empresas apontam perdas diárias que somariam US$ 100 milhões (meio bilhão de reais, aproximadamente).

Autoridades da Argentina afirmaram à imprensa do país que buscam um acordo. O presidente da Câmara de Empresas Exportadoras de Grãos, Gustavo Idigoras, disse por meio de assessoria que há intransigência por parte dos sindicatos de trabalhadores. Um porta-voz do sindicato dos inspetores não prevê o fim do movimento para os próximos dias.

O presidente da Abitrigo, Rubens Barbosa, disse que a preocupação das empresas brasileiras é com a elevação de custos devido à demora do embarque de cerca de 400 mil toneladas do grão para o Brasil. “Há navios de moinhos que estão parados nos portos”, disse.

Barbosa disse, contudo, que não deve ocorrer elevação de preços do trigo, no país, em razão do impasse na Argentina. “O Brasil é o destino preferencial dos produtores argentinos. Mas, se tiver algum problema com a Argentina, haverá outros fornecedores como os Estados Unidos, o Canadá e a Rússia, além do aumento da produção no Paraguai e no Uruguai, além da diversificação com outras áreas que começam a produzir trigo”, disse.


Últimas Notícias