Frigoríficos saem do mercado, mas tendência são de altas mais fortes no mercado do boi

16/11/2020 às 11:27 atualizado por Fabiano Reis - SBA | Siga-nos no Google News
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Novembro tem sido marcado por fatos históricos na cadeia produtiva da carne bovina. Pelo menos três elementos sugerem uma nova realidade na comercialização do gado gordo. A chegada ao valor de R$ 300 por arroba de boi em São Paulo, a esperada e ensaiada saída da indústria frigorífica da ponta compradora (esperando um reposicionamento para baixo no valor do boi) e o contra-ataque dos pecuaristas brasileiros que também saíram do mercado com o posicionamento “porteira trancada”.

Em relação ao mercado, não há nenhuma dúvida. A indústria não suporta a queda de braço por muito tempo. Na última semana, ao bater valores nunca vistos, mas esperados e justos para a comercialização de gado pronto, (essencialmente no dia 12, quinta-feira), tivemos uma sexta-feira 13, com a saída quase que por completo da ponta compradora do negócio. 

Mesmo assim, a Scot Consultoria informou altas em pelo menos 15 praças. Contudo, a liquidez é de fato baixa.

Sem embargos, a equipe do AgriculturaBR acredita que a indústria busca uma tentativa de evitar picos mais altos, mas não possui grandes argumentos para segurar a elevação. 

Do lado do pecuarista, (que já viveu situações bem complicadas com os negócios nos últimos 16 anos, desde a fusão das grandes indústrias, formação de cartel, ciclos de baixas e programas de incentivo que no final penalizam o gado do produtor) nunca teve tanta ferramenta para estratégia de negócios: tem suporte de rentabilidade maior, no sistema de produção até consegue segurar um pouco - há muita escassez de gado pronto, sabe que não existe gado de confinamento para entrar no mercado, e também que os contratos com os importadores chegam para as indústrias e, uma eventual falta de carne bovina no mercado doméstico, pressiona ainda mais o próprio elo da indústria.

Portanto e, por enquanto, porteiras fechadas.


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