Ministério da Agricultura identifica presença de fungos, bactérias e ácaro em pacotes de sementes não solicitados

Foram confirmados 258 pacotes de sementes não solicitadas em 24 estados e no Distrito Federal

06/10/2020 às 13:37 atualizado por Redação - SBA | Siga-nos no Google News
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Sementes enviadas a produtores brasileiros
Foto: Divulgação Ministério da Agricultura

De acordo com informações divulgadas nesta manhã de terça-feira (7) pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), por meio da Secretaria de Defesa Agropecuária, foram encontrados fungos, bactérias e possibilidade de pragas quarentenárias (que não existem no Brasil), em pacotes de sementes não solicitados que chegaram ao país. Todo material foi encaminhado ao Mapa.

Foi identificada, após análises laboratoriais, a presença de ácaro vivo em uma amostra; de três fungos diferentes em 25 amostras; de bactéria em duas amostras; e possibilidade de pragas quarentenárias em quatro amostras (como ervas daninhas). Toda a análise é feita no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária em Goiás, que é referência no país. Até o momento, foram confirmados 258 pacotes de sementes não solicitados em 24 estados e no Distrito Federal.

Maranhão e Amazonas foram os únicos estados que ainda não registraram o recebimento. A expectativa é que em 30 dias haja um detalhamento maior desses resultados.

O secretário de Defesa Agropecuária, José Guilherme Leal, em entrevista coletiva, evidenciou que o material não possui certificação, desta maneira, está sendo realizada a “pesquisa do zero” para identificar os micro-organismos presentes nas sementes. Ele ressaltou que estão sendo tomadas todas as medidas para impedir a introdução de novas pragas no país. Os pacotes supostamente foram enviados de quatro países da Ásia.

A orientação do Mapa é que os que receberem os pacotes devem encaminhá-los a uma unidade ao órgão ou entidade estadual de agricultura, sem medo de ser penalizado. O secretário alerta que o material não deve ser manuseado.

O secretário reforçou a importância de a população não abrir os pacotes nem manusear as sementes. “Estamos falando de material não solicitado, que não tem controle e não sabemos a origem nem o que está carregando. Apesar da pequena quantidade, podem trazer pragas para a nossa agricultura, como plantas daninhas, fungos, outras doenças como bactérias, vírus”, disse Leal. Além disso, as sementes podem ter sido tratadas com algum elemento químico ou ser um produto tóxico, por isso não devem ser manuseados pelas pessoas, plantados ou descartados no lixo (para evitar uma possível germinação).

O diretor do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas, Carlos Goulart, disse que as sementes são os insumos que mais têm carga regulatória no mundo, porque o risco iminente é o mais alto que existe.

Investigação

Inicialmente, a investigação está sendo feita apenas na esfera administrativa pelo Mapa. Segundo o secretário José Guilherme Leal, após o recolhimento de todas as informações, será feita interação com as autoridades fitossanitárias dos países que supostamente fizeram o envio do material.

Caso seja necessário, outros órgãos, como autoridades policiais, poderão ser acionados. Ele informou que "ainda não há elementos para afirmar se é uma ação intencional" para introdução de uma praga no Brasil.

O diretor Carlos Goulart afirmou que nenhum país relatou ter recebido material proveniente do Brasil.


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