Athenagro estima aumento de 14% nas exportações de carne bovina em 2019

Preços do boi gordo devem terminar 7% maiores do que a média de 2018, avalia consultor

18/07/2019 às 17:13 atualizado por Jorge Zaidan - SBA | Siga-nos no Google News
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As exportações brasileiras de carne bovina terão aumento de 14% em 2019, na comparação ao registrado em 2018. A estimativa é do diretor da Athenagro, empresa de consultoria em pecuária. Maurício Nogueira conversou com o jornalista Valter Puga em São Paulo. A entrevista será exibida na edição desta quinta-feira (18) no programa Mais Pecuária do Canal do Boi (de 17h55 às 19h30).

No ano passado, os embarques nos 12 meses do ano somaram 1,64 milhão de toneladas, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior, do então Ministério da Indústria e Comércio Exterior(MCID). Na comparação com 2017, os embarques tiveram alta de 11% em volume. A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC) lembra que 2018 registrou o então maior volume já exportado do produto.

A China e Hong Kong, na avaliação de Maurício Nogueira, manterão a ponta das importações de carne bovina brasileira. No entanto, os chineses precisam habilitar mais frigoríficos exportadores. O mercado estima que 25 novas plantas serão habilitadas até o fim de 2019

Mas, a habilitação de novas indústrias não será rápida quanto se espera, na opinião do consultor. Para ele, os chineses serão duros e morosos nas negociações.

Uma possível demora na liberação de novas unidades de processamento de carnes será “péssimo” para os frigoríficos, avalia Nogueira. Por outro lado, quando as habilitações forem efetivadas, haverá maior competição entre as indústrias exportadoras, que vão demandar mais gado gordo. Segundo ele, isso será bom para o pecuarista, que poderá negociar preços melhores para o boi.

O diretor da Athenagro orienta o pecuarista a “ficar de olho” para saber qual frigorífico exportador estará mais bem posicionado no mercado internacional.

Expedição em centros de produção

Maurício Nogueira é também o coordenador do Rally da Pecuária, expedição que percorre os principais centros de produção de carne bovina do país, traçando uma radiografia das condições e modelo de produção e o uso de tecnologia aplicada à produção a pasto ou em confinamento.

A edição 2019, ainda em fase de trabalhos de campo, já trouxe dados importantes para a pecuária, segundo Maurício Nogueira. Nos estados até agora já percorridos, no Sul e no Centro-Oeste, os técnicos já constataram, preliminarmente, sem tabulação de dados, que os pecuaristas dão mais atenção à execução de projetos de uso tecnologia. Na avaliação do coordenador do rally, já dá para estimar que aumentou o nível de tecnologia usado, o que será traduzido em maior produtividade de carne. “É crescente a estratégia de melhoria dos pastos”, revelou.

Sobre os rumos da pecuária em 2019, Nogueira disse que o ano é de “subida na curva da produtividade”. Ele lembra que houve um tropeço em 2017, com recuperação em 2018, e um cenário ainda mais positivo para este ano.

O cenário, segundo ele, condiz com as atuais condições de mercado do boi. “Pela primeira vez em quatro anos, teremos cenário de mais positivo, com preços acima dos de 2018”. A Athenagro projeta aumento de 7% a 8% nos preços do boi em 2019, na comparação com o preço médio de 2018.

Para o consultor, o pecuarista terá maior retorno financeiro, quanto maior for o seu pacote de tecnologia aplicado à produção.

 


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