O diretor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Bruno Lucchi, disse, na terça-feira (19), que o agro ajudou a evitar uma alta maior da inflação em um período de 12 meses, apesar dos aumentos nos preços dos alimentos em fevereiro de 2024.
A temática foi discutida na reunião semanal da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), em Brasília, e teve como convidado o senador Alan Rick (União-AC), presidente da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária no Senado. O encontro teve como pauta a alta no preço dos alimentos, nos custos de produção e a tributação na cesta básica.
Segundo Lucchi, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é a inflação oficial, foi de 2,62% para alimentos e bebidas em 12 meses até fevereiro deste ano, mais de dois pontos percentuais abaixo do IPCA total, que foi de 4,5% no mesmo período.
Os alimentos são a grande maioria dos produtos que tiveram maior queda de preço no período. Enquanto a gasolina teve uma das maiores altas nos últimos 12 meses, o etanol fez parte da relação dos itens com maior queda.
Entre os produtos com maior alta recente, como o arroz, foram as questões climáticas que afetaram a produção. Embora as recentes estimativas de colheita para a safra 2023/2024 tenham diminuído em relação às previsões iniciais, a oferta deve ser 5,2% maior na comparação com a safra anterior.
Lucchi explicou que, somada à safra maior, a colheita deve se intensificar em março e abril, o que pode conter a alta dos preços. Ele também atribuiu ao clima a alta dos preços de itens como a batata inglesa e a manga.
Algumas medidas para mitigar os efeitos do clima e conter a inflação foram propostas pelo diretor técnico. As ideias incluem pontos como ampliação do orçamento para o seguro rural, a disponibilidade de mais crédito, a redução do ICMS dos alimentos nos estados, a manutenção da desoneração da cesta básica na reforma tributária e a renegociação de dívidas.
Bruno Lucchi, também defendeu a intensificação de medidas para conter as importações de leite subsidiadas da Argentina, que nos últimos meses provocaram uma queda expressiva nos preços do produto nacional no mercado interno.
Informações e imagem: Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil