Embrapa estuda diversidade genética entre etnovariedades de mandioca

Trabalho avaliou 68 variedades de espécie cultivadas por agricultores de Mato Grosso

22/07/2023 às 07:59 atualizado por Nanda Martins* - SBA | Siga-nos no Google News
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Pesquisa mostra divergência genética entre as variedades de espécie de mandioca cultivadas por agricultores de dez municípios situados no Mato Grosso. A parceria entre a Embrapa-MT (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária do Mato Grosso) e a Unemat (Universidade do Estado de Mato Grosso) mostrou que há uma grande variabilidade entre os materiais mantidos nessas roças e que o acervo tem grande potencial de uso em programas de melhoramento da espécie.

O trabalho avaliou 68 etnovariedades coletadas em áreas de agricultores que atendem ao mercado consumidor de Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Sorriso, Sinop, Itaúba, Nova Santa Helena, Terra Nova do Norte, Peixoto de Azevedo, Matupá e Guarantã do Norte. 

Esses materiais foram plantados em um experimento em Alta Floresta e após 12 meses realizaram as avaliações. Foram analisados critérios como massa fresca da parte aérea, número de raízes por planta, produtividade de raízes, massa fresca da raiz comercial, diâmetro da raiz e comprimento de raiz.

Utilizando dados quantitativos das características avaliadas foi montada uma matriz de dissimilaridade. Na sequência, os pesquisadores utilizaram duas metodologias distintas para agrupar os materiais conforme similaridades, de forma a se representar a diversidade genética existente na amostra. 

Métodos de avaliação

Os métodos apresentam os resultados de formas diferentes, mas são complementares.

No método UPGMA, que é um algoritmo fenético, baseado em distâncias genéticas, que considera a similaridade geral no agrupamento das OTUs, as 68 etnovariedades foram consideradas divergentes e foram divididas em cinco grupos, sendo que um deles incorporou 31 etnovariedades e dois deles tiveram apenas uma etnovariedade cada um.

Já a análise pelo método de otimização de Tocher classificou a amostra em dez grupos, sendo que um deles reuniu 33 etnovariedades, outro 24, três tiveram duas etnovariedades cada um e cinco ficaram com apenas uma cada um.

Nessa segunda metodologia, os pesquisadores verificaram também a distância média intragrupo, ou seja, entre as etnovariedades que compõem aquele grupo, e a distância média entre os grupos (intergrupos).

Resultados

Os resultados mostraram diferentes níveis de divergência genética, com grandes variações em alguns casos, o que favorece o uso em programas de melhoramento genético.

Outra conclusão importante do estudo foi a de que características como massa fresca da raiz comercial e número de raízes por planta não contribuíram para a diferenciação das etnovariedades. Isso indica que essas características podem ser excluídas em futuros trabalhos de divergência realizados com a mandioca. Por outro lado, a massa fresca da parte aérea apresentou a maior contribuição relativa para a divergência das etnovariedades.

Entre as 68 etnovariedades avaliadas, a mais produtiva foi a Casca branca, coletada em Guarantã do Norte. Ela também foi a mais dissimilar geneticamente.

Com informações da Embrapa 
Com supervisão de 
Foto: Eliane de Pedri


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