Milho 2ª safra terá produção recorde de 87,4 milhões de toneladas

Outras culturas, como algodão e feijão, devem superar os resultados obtidos na safra passada

11/08/2022 às 11:20 atualizado por Daniel Catuver - SBA | Siga-nos no Google News
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Produtores de milho 2ª safra colherão 87,4 milhões de toneladas
Foto: Wenderson Araújo/CNA-Senar

Dados do 11º Levantamento da Safra de Grãos, divulgados nesta quinta-feira (11) pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) mostram que, de modo geral, com o bom desempenho das lavouras, a produção total de grãos para esta temporada deve atingir a marca de 271,4 milhões de toneladas. O volume corresponde a um acréscimo de 6,2% ao que foi colhido na safra 2020/21, ou seja, 15,9 milhões de toneladas a mais.

O destaque do levantamento é o milho segunda safra que deve chegar a 87,4 milhões de toneladas na temporada 2021/22. A colheita do cereal segue avançando e ultrapassa 79% da área plantada, conforme indica o Progresso de Safra publicado pela estatal nesta semana. Se confirmado, este valor será a maior produção registrada na série histórica.

O número já considera a redução de produtividade, quando comparado com o levantamento anterior, devido ao impacto da falta de chuva e ataques de pragas em importantes regiões produtoras, como o Paraná. Em relação ao ciclo anterior, o aumento na produção chega a 44%.

Algodão

Produção de algodão será 16% maior que a safra passada
Foto: Odilon Silva/Embrapa

O algodão é outra cultura de destaque no levantamento realizado pela Conab devido à colheita que está em andamento sob condições climáticas favoráveis, com os trabalhos realizados em mais de 67% da área cultivada e a finalização estimada para setembro. Se por um lado o clima afetou a produtividade em algumas lavouras devido ao estresse hídrico, por outro, o tempo seco observado na maioria das regiões produtoras influenciou de maneira positiva a qualidade do produto final.
De acordo com a estimativa da companhia, a expectativa é de uma colheita de 2,74 milhões de toneladas da pluma do algodão, volume 16% acima da safra passada.

 

Feijão

Para o feijão, a segunda safra está praticamente finalizada e resta apenas alguns talhões que devem ser colhidos ainda na primeira quinzena de agosto. Mesmo com as oscilações climáticas registradas durante o ciclo, a produção deve chegar em torno de 1,36 milhão de toneladas, um incremento de 19,5% em relação à temporada anterior.

Sobre a terceira safra da leguminosa, foi verificado que as lavouras já foram implantadas, seguindo em plena evolução do ciclo. Houve redução na área plantada em comparação a 2020/21, especialmente em razão da grande concorrência com o cultivo de milho e trigo, cereais que expandiram suas áreas de abrangência neste ciclo. Ainda assim, a produção total do grão ficará próximo a 3 milhões de toneladas.

Culturas de Inverno

Dentre os produtos de inverno, a semeadura das culturas foi finalizada em julho. Para o trigo, principal produto semeado, estima-se uma produção recorde de 9,2 milhões de toneladas. Esse aumento esperado de 19,3% na produção é reflexo de uma maior área plantada, com crescimento expressivo no Rio Grande do Sul (chegando a 18% no estado gaúcho se comparado com a safra passada), aliado a uma expectativa de aumento na produtividade.

Redução

As lavouras de soja e arroz, produtos de 1ª safra, têm produção estimada em 124 milhões de toneladas e 10,8 milhões de toneladas, respectivamente. O resultado observado em relação a oleaginosa é reflexo da severa estiagem ocorrida no final de 2021 no sul do país e em parte de Mato Grosso do Sul. O clima também influenciou a produtividade do arroz, que, aliado a uma menor área plantada, teve a colheita reduzida em 8,4% em relação à safra passada. No caso do milho 1ª safra, a produção se manteve praticamente estável, com volume próximo a 25 milhões de toneladas.

Mercado

O levantamento também destaca o trigo que teve a safra 2021/2022 (ano comercial de agosto de 2021 a julho de 2022) encerrada com os estoques finais totalizados em 722,6 mil toneladas. Outros ajustes foram realizados nos dados de exportação e importação encerrados no último mês, sendo estimados em cerca de 6 milhões de toneladas e 3 milhões de toneladas, respectivamente. Para a safra que se inicia, a expectativa é que o estoque finalize em 1,6 milhão de toneladas.

Embarques do óleo de soja e de milho devem crescer
Foto: Pixabay

A Conab também alterou o quadro de suprimento da soja. Os estoques finais da oleaginosa foram ajustados para 7,66 milhões de toneladas, conforme indica a pesquisa de estoques divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Esse aumento dos estoques finais da safra 2020/21 também acarretou expectativa de um maior estoque de passagem na safra 2021/22, saindo de 4,65 milhões de toneladas para 5,98 milhões de toneladas. Também foi estimada uma elevação nas exportações de óleo de soja para 2,1 milhões de toneladas, em decorrência das fortes vendas para o mercado externo entre janeiro e julho deste ano, dos elevados preços internacionais e das margens de esmagamentos positivas.

Para o milho, houve um pequeno ajuste no consumo interno em relação ao último levantamento divulgado. Outro destaque refere-se ao incremento de 80,2% das exportações do grão, com estimativa de que 37,5 milhões de toneladas devem sair do país via portos. Os estoques finais também tendem a aumentar em 25,3% na comparação com a safra anterior, o que indica a recomposição da disponibilidade interna do cereal ao fim do ano safra em curso.

Já a baixa disponibilidade de estoques do algodão influenciaram nas exportações que apresentaram um ritmo lento em julho deste ano quando foram embarcadas 19,68 mil toneladas. O volume é 68,63% menor que o mês de junho e 66,2% menor que o mesmo período do ano passado. A previsão é de que a situação mude em outubro, quando a nova safra estará disponível para comercialização.

Para o arroz e feijão, os números no quadro de suprimentos não apresentaram alterações significativas neste levantamento.

Com informações da Conab


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