Condições climáticas beneficiam brotação das videiras na Serra Gaúcha

Situação no Rio Grande do Sul está ligada às horas de frio suficientes e ausência de geadas tardias, informa boletim da Seapdr e Embrapa

28/10/2021 às 17:59 atualizado por Redação - SBA | Siga-nos no Google News
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As videiras na Serra Gaúcha estão com bom potencial de brotação e carga de frutos, cenário influenciado pelas horas de frio acumuladas adequadas para a superação da dormência e a não ocorrência de geadas tardias em agosto e setembro. 

Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (28) no Boletim Agrometeorológico da Serra Gaúcha, produzido por pesquisadores da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR) e da Embrapa Uva e Vinho.

Em Veranópolis e Bento Gonçalves, no período de maio a setembro, foram registradas, respectivamente 388 e 345 horas de frio, que são calculadas quando a temperatura do ar permanece igual ou inferior a 7,2°C. 

“Embora os totais de 2021 tenham sido ligeiramente inferiores aos de 2020, foram adequados à superação da dormência para a maioria das cultivares de uva e favoreceram uma expressiva brotação neste início do ciclo 2021/2022”, avalia a pesquisadora da SEAPDR, Amanda Junges.

Essas respostas de brotação nesta primavera provém de um conjunto de fatores, envolvendo as condições meteorológicas do outono, que favoreceram a maturação dos sarmentos e o estabelecimento uniforme da dormência de gemas, as horas de frio, registradas principalmente em junho e julho, e ausência de geadas tardias em agosto e setembro. 

“Diante desse cenário, recomenda-se maior atenção às práticas de poda verde, como desfolha, desbaste/raleio e desponte de brotações, visando o ajuste do dossel vegetativo e o favorecimento do microclima no parreiral, em ventilação e disponibilidade de radiação solar/luz na posição dos cachos”, detalha o pesquisador da Embrapa Uva e Vinho Henrique Pessoa dos Santos.

No aspecto fitossanitário, em função do prognóstico climático dos próximos meses indicar chuvas próximas da média em outubro e em dezembro, o boletim também recomenda o monitoramento dos vinhedos com relação à ocorrência do míldio, principalmente durante o estádio de floração até o início da maturação da uva. 

“Em períodos mais secos, especialmente em novembro, quando o prognóstico climático indica precipitação pluvial abaixo da média, recomenda-se, principalmente para cultivares viníferas, a aplicação de fungicidas ou produtos alternativos para prevenção e controle do oídio”, explica o pesquisador da Embrapa Uva e Vinho, Lucas Garrido.


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